Filme do Dia: Metido a Bacana (1957), J.B. Tanko


Metido a Bacana - Comprar em Clube do Colecionador
Metido a Bacana (Brasil, 1957). Direção: J.B. Tanko. Rot. Original: J.B. Tanko & Victor Lima. Fotografia: Amleto Daissé. Música: Gustavo de Carvalho & Haroldo Eiras. Montagme: Rafael Justo Valverde. Dir. de arte: Alexandre Horvat. Com: Ankito, Grande Otelo, Renato Restier, Nelly Martins, Joyce de Oliveira, Celeneh Costa, Waldir Maia, Carlos Costa, Wilson Grey.
O Príncipe Anacleto (Ankito) da Araquelândia, vem passar o carnaval no Rio. Quando descobre na figura de Hilário (Ankito), um pipoqueiro, sósia seu, decide ir curtir a festa na companhia do lacaio Coalhada (Otelo), enquanto Hilário, de forma muito atabalhoada, assume suas funções diplomáticas. Sua semelhança com Hilário engana até a namorada dele, Irene (Martins), companhia sua na noite carnavelesca que termina em tumulto e na revelação da identidade do Príncipe. Em meio a divertida troca de papéis, para ambos, pairam as sombras da corrupção dos assessores próximos do princípe e dos terroristas que pretendem eliminá-lo.
Grandemente devedor das fórmulas consagradas da chanchada produzida pela Atlântida, esse filme não deixa de apresentar sequer o tema famoso do can-can que acompanhava várias daquelas. Embora Ankito, nessa mesma linha, seja o substituto (menos talentoso, mesmo com cenas hilárias como o dos trejeitos que faz quando corteja a empregada, travestido como príncipe) para Oscarito, sua interação com Grande Otelo é grandemente deslocada em boa parte do filme, tendo sido essa a primeira produção da nova dupla. A bem da verdade, a participação de Otelo é relativamente modesta. Porém, as inversões sociais, tipicamente carnavalescas - e se trata do período do carnaval, como boa parte do gênero - são garantidas aqui na figura do príncipe travestido como cidadão-comum e vice-versa, numa evidente apropriação do mote de O Grande Ditador(1940), de Chaplin. As referências de duplo sentido talvez se tornem mais grosseiras e menos engenhosas que as das congêneres do estúdio mais célebre, como a aristocrata cujos chiliques orgasmáticos após dançar com o pretenso príncipe se dão segurando com ardor o nariz dele. E os números musicais, ainda mais que o padrão médio da concorrente – que já produzia comédias praticamente abdicando de números musicais e eles tendo relevância mínima à trama como em Matar ou Correr- surgem não apenas para divulga-los a tempo de serem lançados para a temporada, mas como forma de socorrer a indigente trama, praticamente enfileirando cinco números musicais seguidos. Não falta sequer um samba-twist-rock com letra que faz referência aos temas tradicionais do samba como “barracão”, “violão”, etc. Dentre as canções destaque para a já bem conhecida então Maracangalha de Caymmi e para Mulata na voz de Angela Maria, além de números com Nelson Gonçalves, Linda e Dircinha Batista, Carlos Galhardo e Cauby Peixoto. As trucagens em que aparecem os dois personagens vividos por Ankito em cena são bem efetivadas. Cinedistri/Herbert Richers Prod. Cinematográficas para Cinedistri.  91 minutos.


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