Filme do Dia: O Homem Sem Passado (2002), Aki Kaurismäki


O Homem Sem Passado - ( Mies vailla menneisyyttä ) Aki Kaurismaki |  Amazon.com.br
O Homem Sem Passado (Mies Vailla Menneisyyttä, Finlândia/Alemanha/França, 2002). Direção e Rot. Original: Aki Kaurismäki. Fotografia: Timo Salminen. Montagem: Timo Linnasalo. Cenografia: Markku Pätilä & Jukka Salmi. Figurinos: Outi Harjupatana. Com: Markku Peltola, Kati Outinen, Juhani Niemelä, Kaija Pakarinen, Sakari Kousmanen, Annikki Tähti , Anneli Sauli, Elina Salo.
Um homem (Peltola) é agredido por um trio de malfeitores e é dado por morto em um hospital. Ele foge do hospital, porém não se lembra mais de nada de seu passado. Adotado temporariamente por um casal pobre, apaixona-se por uma mulher madura e inexperiente, Irma (Outinen), funcionáiria do Exército da Salvação. Sua maior dificuldade de integração social se dá pelo fato de não saber o próprio nome, provocando-lhe tanto dificuldade de conseguir emprego, de ser pago e com a Polícia, que acredita que ele envolveu-se em um assalto a banco. Quando a vida que reconstrói dá mostras de seus primeiros frutos, torna-se empresário do grupo musical que toca no Exército da Salvação, incute-lhes inclusive ritmos musicais alternativos como o rock e o blues, e sua ligação com Irma torna-se cada vez mais sólida, a Polícia consegue identifica-lo como metalúrgico e casado. Ele vai de encontro a mulher, para descobrir que fora um mal marido e que, na verdade, já se encontravam divorciados, sendo que sua mulher já vive com outro homem. Retorna então para Irma, reencontrando os marginais que o espancaram ao chegar.
Kaurismäki reconstrói um tema clássico do cinema (explorado por alguns filmes hollywoodianos) com doses equilibradas de sua sutil ironia, um profundo carinho pelos personagens que descreve  e um exemplar domínio narrativo. O alvo maior de sua ironia é menos a explícita relação amorosa tipicamente adolescente vivenciada pelo casal de meia-idade que a implícita descrição do Estado panóptico moderno, que antes atrapalha que ajuda o renascimento do protagonista. Seu nonsense, embora possa compartilhar equivalências com o de Jarmusch, soa menos gratuito e sua alternância entre elementos dramáticos e cômicos ganha maior densidade que no cineasta americano. A empatia pelos personagens torna-se digna de nota por sua ausência de sentimentalismo, apresentando os definitivos efeitos que o amor pode provocar na vida dos seres humanos com uma frugal expressão dos mesmos, assim como de diálogos. Bavaria Film/Pandora Filmproduktion GmbH/Pyramide Productions/Sputnik Oy/YLE. 97 minutos.

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