Filme do Dia: Até Que o Casamento nos Separe (1968), Flávio Tambellini


Até Que o Casamento nos Separe - 1968 - Vídeo Dailymotion
Até Que o Casamento nos Separe (Brasil, 1968). Direção: Flávio Tambellini. Rot. Adaptado: Flávio Tambellini, baseado na peça Os Pais Abstratos de Pedro Bloch. Fotografia: Rudolf Icsey. Música: Remo Usai. Montagem: Ismar Porto. Com: Mário Benvenutti, Vera Barreto Leite, Marisa Urban, Ary Fontoura, Flávio Porto, Anna Christie, Flário Ramos, Scarlet Moon, Sérgio Sanz, Monique Lafond.
Danilo Ribeiro (Benvenutti) é um homem de quarenta anos, pai de um casal de filhos, que vive insatisfeito com sua vida, já que nem consegue avançar em suas pretensões intelectuais de escrever a tese de direito que deixou parada há 16 anos, quando resolveu se casar com Renata (Leite), a filha e herdeira do milionário empresário para quem trabalha e a quem detesta. Frustrado e decido a mudar de vida, abandona tudo e vai viver com sua amante, a jovem Denise (Urban). Porém, a viagem para a Europa é um tormento para Denise, pois Danilo apenas repete os mesmos locais que havia ido com a esposa em lua-de-mel. Aparentando indiferença, Renata se encontra com Fred quando Danilo volta de viagem. Renata o visita no apartamento e Denise, após saber que muito do que Danilo lhe contara mentira, despacha-o. Ele retorna para os braços de Renata.
Essa comédia que é o segundo longa-metragem do cineasta, faz parte de um ciclo de comédias de costumes realizadas à época, aproveitando-se de uma recente lei que beneficiava que grandes produtoras internacionais co-financiassem filmes brasileiros, como os realizadas por Fernando de Barros. Da mesma forma que os filmes de Barros, hoje pode ser evocado mais como curiosidade antropológica, mesmo que seu cinismo seja mais elaborado que o de Barros e algumas poucas situações sejam realmente divertidas. Faz uso, inclusive, de alguns cacoetes do cinema moderno como uma irônica narração off (que, sob alguns aspectos, se assemelha a de O Bandido da Luz Vermelha, mesmo que longe de sua criatividade) e alguns efeitos de montagem, mas o resultado é excessivamente teatral e arrastado para soar interessante, lembrando – ainda que sem ser tão bem sucedido - as chamadas “comédias sofisticadas” americanas do início da década, que certamente o influenciaram. Seu apelo erótico – que terá como seqüência a mais explícita pornochanchada -, também comum ao ciclo em questão, aparece tão deslocado  quanto seus momentos de maior pretensão dramática e o recurso às seqüências oníricas, embora inicialmente interessante, logo se torna repetitivo, para não falar da péssima interpretação da maior parte do elenco, incluindo o próprio Benvenutti. Datafilmes/INC/Rank Filmes. 90 minutos.


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