Filme do Dia: Minha Vontade é Lei (1959), Edward Dmytryk
Minha Vontade é Lei (Warlock, EUA, 1959). Direção: Edward
Dmytryk. Rot. Adaptado: Robert Alan Aurthur, a partir do romance de Oakley Hall.
Fotografia: Joseph MacDonald. Música: Leigh Harline. Montagem: Jack W. Holmes.
Dir. de arte: Herman A. Blumenthal & Lyle R. Wheeler. Cenografia: Stuart A.
Reiss & Walter M. Scott. Figurinos: Charles Le Maire. Com: Henry Fonda,
Anthony Quinn, Richard Widmark, Dorothy Malone, Dolores Michaels, Wallace Ford,
Tom Drake, Richard Arlen, DeForest Kelley.
A cidade de Warlock
perde o sossego após a chegada da gangue de Abe McQown (Drake), que desafia
abertamente as autoridades constituídas. É chamado o célebre pistoleiro Clay
Blaisedell (Fonda), que chega com seu ajudante Tom Morgan (Quinn). Morgan
reencontra a paixão de sua vida, Lily Dollar (Malone), enquanto Jessie Marlow
(Michaels) se apaixona por Blaisedell. Johnny Gannon (Widmark) oscila entre o
bando de seu irmão e a ordem da cidade. Gannon se candidata a xerife, posto que
ninguém se atreve a ocupar e avisa o bando do irmão que não apareça por lá,
sendo espancado por ele Ele, pelo contrário, põe-se a serviço de Gannon contra
o irmão. A gangue do irmão volta à cidade e, no embate que se segue, McQown é
morto pelo próprio irmão, sem a ajuda de Blaisedell. Nessa mesma noite, um
alcoolizado Tom Morgan desafia a tudo e todos e afirma ter sido o segredo do
sucesso de Blaisedell como pistoleiro. Em duelo com Blaisedell, saca mais
rápido mas é morto por ele. Blaisedell
provoca tumulto e é intimado por Gannon a abandonar a cidade. Uma tensão cresce
entre os dois e, quando se imagina que é chegado o momento do duelo, Blaisedell
joga suas armas fora e parte da cidade.
Com excepcional
fotografia em cores e em Cinemascope, esse western de Dmytryk se interessa
menos pelos confrontos armados em si mesmos, que nos mecanismos de temor e poder
que, evidentemente, envolvem a afirmação da masculinidade, antecipando uma das
obsessões de um realizador como Sam Peckinpah. Existe paralelos que
curiosamente se repetem em dois dos três potenciais pares românticos que não
chegam a se concretizar, ao menos no período retratado pela narração, como a
referência tanto de Blaisedell quanto de Gannon às figuras maternas quando
conversam com as mulheres que querem se envolver – para não falar de uma
referência da Lily Dolar de Malone à figura paterna quando prepara a comida de
Gannon. Assim como as figuras femininas preparando refeições para seus amados.
Se todos apresentam algum ponto em que demonstram alguma fraqueza ou vileza a
única figura que chega ao final quase incólume como típico durão do gênero é o
Blaisedell, de Fonda, sendo tal imagem arranhada pela consideração feita pelo
personagem vivido por Quinn, que não atinge propositalmente o parceiro, sendo
que esse tampouco faz uso de seu talento após esse morto, aposentando-se das
armas. Twentieth Century Fox Film Corp. 122 minutos.
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