Filme do Dia: O Artista (2011), Michel Hazanavicious

The Artist DVD 2011 Artist / Directed by Michel Hazanavicius / Starring:  Jean Dujardin, Thomas Langmann, Berenice Bejo / 5 dalda oscar ödülü / 5  Oscar Awards - bibleinmylanguage

O Artista (The Artist, França/Bélgica, 2011). Direção e Rot. Original: Michel Hazanavicious. Fotografia: Guillaume Schiffman. Música: Ludovic Bource. Montagem: Anne-Sophie Bion & Michel Hazanavicious. Dir. de arte: Laurence Bennett & Gregory S. Hopper. Cenografia: Austin Buchinsky & Robert Gould. Figurinos: Mark Bridges. Com: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell, Penelope Ann Miller, Missi Pyle, Beth Grant, Malcolm McDowell.

George Valentin (Dujardin) é um ator de grande sucesso no cinema mudo que vê sua carreira desabar vertiginosamente com a ascensão do cinema sonoro e, com este, catapultar a jovem Peppy Miller (Bejo), que tempos antes era somente uma dentre suas muitas fãs. A contínua decadência de Valentin, faz com que seja abandonado por sua esposa, Doris (Miller), tenha que leiloar todos os seus objetos mais valiosos e, por fim, num gesto desesperado, queimar seus próprios filmes, incendiando a sua casa, sendo salvo por seu cão de estimação. Peppy leva Valentin, que lhe encorajara no início da carreira, a convalescer em sua mansão e consegue fazer com que o influente ex-produtor dele e atual dela, aceite-os como dupla de sapateadores.

Produzido em p&b e com ausência de diálogos ou ruídos e onipresença de trilha musical, além  das indefectíveis cartelas, se por um lado não deixa de ser ousado em sua proposta “radical” (filmes que buscam mimetizar estilos de outras épocas tendem a não serem bem sucedidos como A Última Loucura de Mel Brooks (1976) ou mesmo desnecessários e demasiado auto-condescendentes como o brasileiro A Festa de Margarette), por outro deixa bastante demarcado suas características sentimentais, melodramáticas, em termos de estilo e narrativa, demonstrando ao espectador moderno que não assiste a algo assim tão distinto do habitual. De fato, sua trivialidade, girando em torno de um ego narcisista ferido se encontra longe da pungência com que de fato  veio a ser retratado na época que aborda em um filme como A Turba, sobre a decadência que resta após as ilusões perdidas. Aqui se fica no terreno que, guardado o devido distanciamento temporal, apenas apresenta uma pátina de dramaticidade fake a uma narrativa de volta por cima, cuja Hollywood apresentada é mero estilo parque de diversões, algo presente até mesmo nos momentos mais auto-destrutivos do herói. A simplicidade com que o engodo é assumido, já de partida, parece quase ou mais descarado que o de outra produção conterrânea que marcou, de forma mais incisiva, seu estilo, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001). Seria má fé não atentar para o empenho com que a dupla principal se entrega a seus papéis, e Hazanavicious, tal como o Truffaut de Noite Americana (1972), tira partido do encanto com que Hollywood habitualmente aceita emulações da indústria cinematográfica que se aproximem da imagem que sempre vendeu de si, de Indústria dos Sonhos. Aqui como – e principalmente em Truffaut - é o próprio cinema, ou ao menos uma idéia que se tem ou pretende evocar dele, que parece se sobrepor a trivialidade do que apresentam. Dujardin levou o prêmio de interpretação masculina em Cannes. O número de dança final, que a dupla se dedicou com afinco, foi filmado no mesmo palco onde havia sido rodado alguns dos números do clássico Cantando na Chuva,que também abordava, de forma paródica, a passagem do mudo para o sonoroLa Petite Reine/La Classe Américaine/JD Pro/France 3 Cinéma/Jouror Prod./uFilm/Canal+ para Warner Bros. 100 minutos.

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