Filme do Dia: Flirting with Fate (1916), Christy Cabanne
Flirting with Fate
(EUA, 1916). Direção: Christy Cabanne. Rot. Adaptado: Cabanne, a partir do
conto de Robert M. Baker. Fotografia: William Fildew. Com: Douglas Fairbanks,
Jewel Carmen, Howard Gaye, W.E. Lawrence, George Beranger, Dorothy Haydel,
Lilian Langdon, Wilbur Highby.
Augy
(Fairbanks) é um artista sensível dilacerado por não ter seu amor correspondido
por parte de Gladys (Carmen). Por influência de sua tia, na verdade, Gladys
afasta-se dele pois artistas não costumam ter dinheiro.” E essa é a mais pura
verdade no caso de Augy. E ainda mais após ter gasto os 50 dólares que lhe
restam contratando um matador profissional, Aotmatic Joe (Beranger) para
mata-lo e ter perdido o quadro de Gladys que um marchand lhe havia proposto 3
mil dólares e ele se recusara a vendê-lo. Porém, a sorte volta a brilhar para
Augy. Policiais recuperam a pintura de Gladys que lhe havia sido roubada e,
pouco depois, ele fica sabendo que é herdeiro de uma fortuna de um milhão de
dólares pela morte de uma tia. Ele continua paranoico, no entanto, com a ameaça
representada por Joe, mal sabendo que esse, após a morte da mãe, converteu-se
ao Exército da Salvação.
Nem Cabanne
é exatamente um diretor pródigo, que consiga emprestar graça visual ao que seu
pífio e clicherizado material aponta, nem tampouco Fairbanks consegue ir além
de sua habitual canastrice, aqui representada sobretudo pela irritante
“máscara” de um sorriso idiotizado de apaixonado ou ressentido com o que a
sorte lhe prouvera. Arrastado além da conta, sobretudo quando se centra na
paranoia de seu protagonista, o filme é repleto de golpes de efeito que
salientam a importância primordial da trama e do que a ela for conveniente em
detrimento de qualquer critério de verossimilhança. Ajusta-se a tais critérios,
a depender da sorte, uma fortuna que chega em boa hora e a morte da mãe do
matador profissional ou a simulação da declaração de amor de Augy a melhor
amiga testemunhada por Gladys. E o próprio narrador não deixa de tirar partido
de tais coincidência, ao afirmar a determinado momento numa cartela que a tia
previdente de Gladys agora “possui um milhão de razões” para desejar a união do
casal. Essa aventura cômica não funciona nem enquanto comédia nem tampouco como
aventura. Fairbanks era habitualmente escalado para os filmes de Cabanne. Fine
Arts Film Co. para Triangle Distributing. 57 minutos.
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