Filme do Dia: Les Passagers de la Grande Ourse (1943), Paul Grimault



Les Passagers de la Grande Ourse (França, 1943). Direção: Paul Grimault. Rot. Original: Maurice Blondeau & Paul Grimault.

Garoto e seu cachorro buscam, a todo custo, observar o que existe por trás da cerca e acabam descobrindo literalmente um novo mundo a explorar. Um porto com um navio atracado. Eles são levados ao porão do navio, que se revela uma espécie de gigantesco zepellin futurista, sendo comandado por um robô solitário, que passa a tratá-los de forma mecânica, seja os recolhendo como lixo ou desejando o cachorro como alimento.

Quase tudo nesse desenho colorido (em agfacolor!) sugere elementos fora de esquadro em relação à produção comercial norte-americana do período, ainda que tampouco se filie às experimentações vanguardistas europeias ou norte-americanas.  E é justamente essa falta de possibilidades de se prever o que acontecerá segundos adiante que o torna particularmente interessante e mesmo sugestivo em seu aparente final feliz, em que a dupla se delicia com um farto jantar servido pelo robô que, na verdade, aparentemente pretende se alimentar deles. Há uma inconsequência quase sensual no modo como Grimault apresenta a história, algo incapaz de tornar vísivel, ao menos à primeira vista, qualquer pretensão autoral que defina uma temática ou estilo próprio, quando comparado com outras obras suas mais convencionais. a exemplo de L’épouvantail. O estilo visual dessa animação parece tudo menos produzida ainda durante a década de 1930 (já se encontrava finalizada em 1939 mas, devido a guerra, veio a ser lançada somente quatro anos após). Les Gémeaux para Francinex. 9 minutos e 1 segundo.


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