Filme do Dia: Perdidos na Noite (1969), John Schlesinger
Perdidos na Noite (Midnight
Cowboy, EUA, 1969). Direção: John Schlesinger. Rot. Adaptado: Waldo Salta,
baseado no romance de James Leo Herlihy. Fotografia: Adam Holender. Música:
John Barry. Montagem: Hugh A. Robertson. Dir. de arte: John Robert Lloyd.
Cenografia: Philip Smith. Figurinos: Ann Roth. Com: Jon Voight, Dustin Hoffman, Sylvia Miles,
John McGiver, Brenda Vaccaro, Bernard Hughes, Jennifer Salt, Viva, Bob Balaban.
Joe Buck (Voight) é um texano caipira recém-chegado
que tenta vencer a vida em Nova York como prostituto. Porém, devido a sua
ingenuidade, chega a ser explorado por uma de suas próprias clientes e pelo
aleijado “Ratso” Rizzo (Hoffman), um marginal que vive quase como indigente.
Rizzo propõe a se tornar o empresário de Buck. Com dificuldade para encontrar
clientes em meio às mulheres, Buck se torna frequentador assíduo dos locais
para contato homossexual na rua 42. Enquanto é objeto do desejo sexual dos mais
diferentes tipos, como de um jovem estudante reprimido (Balaban), Buck fantasia
se encontrar com sua namorada do Texas e divide o miserável apartamento de
Rizzo. A piora do estado de saúde desse e sua utopia de viver na Flórida
tudo que até então lhe fora negado, faz com que Buck se engaje em conseguir
dinheiro para viagem, inclusive ser extremamente violento com um homossexual idoso. Buck e Rizzo partem para Flórida, mas antes de
desembarcarem, Rizzo morre ao seu lado.
O filme, certamente o mais famoso e reconhecido de Schlesinger (embora inferior ao posterior Domingo Maldito), tornou-se um
marco na guinada para uma maior liberalização de abordagens anteriormente
exclusivas de produções fora do circuito comercial. Assim, não se escusa em
apresentar detalhes de práticas do submundo gay com uma franqueza
desconcertante para os padrões da época, como os encontros sexuais em cinemas e
banheiros. Possui como uma de suas maiores virtudes menos a explicitação de sua
visão do que seja a sordidez de tais ambientes que apresentar personagens que
vivenciam o outro lado do Sonho Americano, de uma maneira geral
sub-representados na cinematografia americana e a apresentação de uma Nova York
pulsante e viva como poucas produções anteriores captaram. Por outro lado, é
prejudicado por preferir “maquiar” a nítida conotação homossexual, presente no
romance da relação entre os dois protagonistas; prática que, aliás, persiste
até os dias de hoje (como exemplo a adaptação de Uma Mente Brilhante).
Para representar a cena underground, sobretudo em uma festa psicodélica,
o cineasta utilizou boa parte do elenco das produções da Factory de Andy Warhol. Florin
Productions/Jerome Hellman Productions para a United Artists. 113 minutos.
Harry Nilsson. A canção-tema
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