Filme do Dia: Nós Somos as Melhores! (2013), Lukas Moodyson
Nós
Somos as Melhores! (Vi Är Bäst!,
Suécia/Dinamarca, 2013). Direção: Lukas Moodyson. Rot. Adaptado: Lukas Moodyson,
a partir da história em quadrinhos de Coco Moodyson. Fotografia: Ulf Brantas.
Montagem: Michal Leszczylowski. Dir. de arte: Paola Hölmer & Linda Janson.
Figurinos: Moa Li Lemhagen Schalin. Com: Mira Barkhammar, Mira Grosin, Liv
LeMoyne, Johann Liljemark, Mattias Wiberg, Jonathan Salomonsson, Alvin Strollo,
Peter Eriksson, Charlie Falk.
Suécia, início dos anos 80. As amigas Bobo
(Barkhammar) e Klara (Grosin) tem a ideia de criar uma banda punk, após serem
humilhadas por rapazes mais velhos que ensaiam na sala ao lado. Elas conseguem,
aos poucos, uma terceira aliada e de formação musical, coisa que nem de longe
possuem, Hedvig (LeMoyne), que também se distingue das outras por ser cristã.
Embora percam o prazo para a inscrição no Festival de Outono, o grupo é
convidado a integrar uma apresentação nos arredores da cidade. Trata-se da
primeira apresentação pública da banda, que após vaias e provocações, também reage aos insultos do
público gerando uma situação de aberto confronto.
Existe uma comicidade sobretudo dado a idade
que envolve o trio de protagonistas, mais destacadamente as personagens de
Klara e Bobo. Porém, no frigir dos ovos,
o que há de interessante no filme torna-se prejudicado pela forma rala,
superficial, com que habitualmente se trafega pelo universo social/pessoal dos
envolvidos e suas contraposições não menos fáceis entre o libertarismo
associado ao culto punk em detrimento da figura mais madura e católica. São
estereótipos não necessariamente pertinentes
para o maior senso cômico das situações retratadas. Outra falha advém do seu
brusco final, ainda que corretamente o filme se abstenha de apresentar uma
história de sucesso e descoberta para além dos círculos mais próximos de seus
personagens. E, ao fazer uso de personagens de cerca de 14 anos o filme chega a
sugerir uma certa atração de Klara por Bobo, mesmo sem se deparar de fato de
forma mais direta com a questão mais polemica da sexualidade adolescente e/ou
gay explicitada de forma tão precoce. O personagem que o filme se aproxima mais
dentre todos é Bobo, justamente a menos auto-confiante, que chega a cuspir em
sua própria imagem a determinado momento. Ao suscitar o riso fácil com
situações de apelo e identificação imediatas se evita se deparar com situações
mais complexas e ambíguas. Moodyson,
também se detendo no mundo adolescente, já o havia explorado com tinturas
dramáticas em Para Sempre Lilya,
lidando de forma relativamente idêntica e pouco complexa com o gênero. Film i
Väst/Memfis Film. 102 minutos.
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