Filme do Dia: Sirene (1968), Raoul Servais
Sirene (Bélgica, 1968). Direção e
Rot. Original: Raoul Servais. Música: Lucien Goethals. Montagem: Jef
Bruyninckx.
Talvez em seu curta mais inspirado,
Servais, notável pela variedade de temas e de técnicas de animação que faz uso
– aqui se trata de animação convencional – aborda a história fantástica de
atração entre uma sereia e um velho pescador, testemunhada por um jovem
flautista, num ambiente decrépito de um porto, repleto de guindastes
literalmente monstruosos e aves pré-históricas. A habilidade com que Servais
consecutivamente organiza sua sucessão de efeitos surrealistas chega a ser
quase de tirar o fôlego, algo que aliado a criatividade dos desenhos e, mais
que tudo, a mudança de “iluminação”, através de efeitos de mutação de cores
arrebatadores, transforma esse desenho em algo à parte na carreira do
realizador. Pode-se até afirmar que existe excesso de possibilidades na
história, indo do amor fantástico impossível a uma percepção irônica de como a
morte vem a ser “administrada” por diversas entidades sociais, mas mesmo essa
aparente falta de foco se casa à perfeição com seu estilo surreal, algo que nem
sempre ocorre na obra do realizador. Absolon Films. 8 minutos e 56 segundos.
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