Filme do Dia: Peg o' My Heart (1922), King Vidor
Peg o´My Heart (EUA, 1922). Direção: King Vidor. Rot.
Adaptado: Mary O´Hara, baseado no romance de J. Hartley Manners. Fotografia:
George Barnes. Com: Laurette Taylor, Mahlon Hamilton, Russell Simpson, Ethel
Grey Terry, Nigel Berrie, Lionel Belmore, Vera Lewis, Beth Ivins, Eileen
O´Malley.
Na Irlanda, Margaret, mais conhecida
como Peg (Taylor) cresce sob os cuidados do pai, Jim (Simpson) um artista que
viu a mulher (Ivins) morrer, por conta de seu irmão, aristocrata inglês, não
concordar com o casamento e não a auxiliar durante sua enfermidade. Com sua
morte, o tio de Peg lhe proporciona uma renda fixa, desde que ela abandone a
casa do pai e vá morar com os Chichester. Peggy estranha grandemente o novo
ambiente aristocrático e entra em atrito com sua tia (Lewis) e sua prima, Ethel
(Terry). Ela chega em um momento delicado, no qual a família acaba de receber a
notícia de sua ruína financeira, provocada pela quebra do banco do qual eram
proprietários. Sir Gerald “Jerry” Adair apaixona-se por Peg, mas ela se sente
traída quando descobre que ele não é um fazendeiro mas sim aristocrata. Peg conquista
a confiança de Ethel ao lhe revelar sobre o quão mau caráter é o seu noivo, mas
deprimida decide voltar a Irlanda. Lá, recebe a carta e a visita de Jerry.
Por demais transbordante de clichês
para ser minimamente interessante. Alguns dizem respeito a relação conflituosa
entre Irlanda e Inglaterra, inicialmente belicosa, que é reparada através dos
sentimentos, uma constante referência não somente em outras adaptações desse
mesma peça, existindo tanto uma anterior quanto posterior (essa de 1933, teve
Marion Davies como Peg) quanto em outras comédias românticas semelhantes, mesmo
depois da Segunda Guerra Mundial (Um Estranho na Escuridão). Como se já não fosse suficiente por si só o par
central como exemplo de superação das
rusgas de uma geração anterior, ainda se acrescenta um entretítulo comentando o
fato. Outros clichês são mais próximos do próprio universo melodramático de
Vidor, grandemente influenciado por Griffith (o prólogo com a mãe agonizante, a
apresenta com a mesma dignidade cansada de boa parte de personagens semelhantes
do realizador, ainda que aqui sejamos poupados de qualquer referência direta a
sua morte). É o que diz respeito ao intenso fascínio desde a primeira vista que
envolve um homem de uma cultura mais “evoluída” por uma mulher de outra mais “primitiva”,
reserva de humanidade e sinceridade que se torna rara no ambiente
excessivamente “civilizado”, corrompida pelo excesso de lustro civilizatório,
de matriz dickensiana, como em Wild Oranges, Pássaro do Paraíso e A Noite Nupcial. E aqui soçobram
irritantes caricaturas tanto do esnobismo aristocrático inglês quanto da
espontânea puerilidade da heroína, semelhante a da personagem da jovem das
montanhas no episódio babilônico de Intolerância
(1916), de Griffith. A aproximação do casal aqui, vivida em uma cena saboreando maçãs, mesmo fazendo uso de uma referência bíblica mais direta, sem dúvida
é bem menos erótica e interessante que a sua equivalente em Wild Oranges. Metro Pictures Co. 80
minutos.
Onde você achou esse filme?
ResponderExcluirNa internet, provavelmente...faz um tempo já que o vi e resenhei. a data da postagem não coincide com a escrita. comecei a resenhar filmes em 1998.
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