Filme do Dia: Almost a scandal (1915), Henry Lehrman
Almost a Scandal (EUA, 1915). Direção: Henry Lehrman. Com:
Billy Ritchie, Harry Bergman, Hank Mann, Eva Nelson, Louise Orth, John Rand.
Vagabundo
(Ritchie) flerta com uma mulher em um restaurante. Mal sabe ele que ela é
mulher de um homem rico e gordo (Bergman), que o conhece e ocasionalmente lhe
paga algo para que arranje contatos no meio feminino. O Vagabundo fala para o
homem rico que irá sair com uma mulher, que vem a ser a própria. Ele vai a um
restaurante em que o homem rico surge com uma parceira ocasional. Após muitas
confusões, descobre que a mulher que o Vagabundo se encontra é a sua e passa a
persegui-lo no restaurante e pelas ruas, até ser vencido pela engenhosidade
desse.
Escandalosamente
próximo da persona do Vagabundo de Chaplin, o vivenciado por Billie Ritchie,
mesmo tendo o benefício da dúvida dele afirmar que Chaplin foi quem o copiara
do teatro não pode, no entanto, negar que Ritchie ocupou nas comédias de
Lehrman, que agora fundara seu próprio estúdio e abandonara a Keystone, o local que pouco antes fora o de Chaplin,
sendo dirigido pelo mesmo Lehrman de alguns filmes do já famoso ator e agora
cineasta. Ao contrário de Chaplin, no entanto, a figura de Ritchie é bem mais
mal humorada, porém o gestual seja de se debruçar em um balcão para falar ao
telefone ou de se livrar de um oponente simplesmente chutando-o são demasiado
próximas. Para não comentar as vestimentas do vagabundo, seu chapéu coco e
bengala, que gira de idêntica maneira e a mesura com o chapéu. Mesmo se
tratando de uma cópia com cartelas em holandês não prejudica a compreensão da história,
que as imagens e as convenções da época tornam-na plenamente compreensível. Ao
contrário do habitual em Chaplin, o ritmo frenético de perseguição ao final,
inclui imagens com um bonde em movimento mais próximas do repertório de Keaton,
sendo que Ritchie se tornaria vítima de tal tipo de risco de filmagem, sendo
atacado por um grupo de avestruzes e morrendo dois anos após das injúrias
sofridas. O título, ironicamente bem humorado, parece flertar com uma situação
de traição de ambas as partes, embora a relação de violência somente parte do
marido traído. Todas as caracterizações são mais acentuadas que nas produções
em que Chaplin trabalhava para o estúdio, como é o caso das suíças do guarda
que surge ao início, igualmente flertando com a mulher por quem o Vagabundo se
interessará ou o bigode do homem rico. L-Ko Kompany para Universal Film
Manufacturing Co. 11 minutos e 49 segundos.
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