Filme do Dia: Amor, Prelúdio de Morte (1956), Gerd Oswald


Amor, Prelúdio de Morte Poster


Amor, Prelúdio de Morte (A Kiss Before Dying, EUA, 1956). Direção: Gerd Oswald. Rot. Adaptado: Lawrence Roman, baseado no romance de Ira Levin. Fotografia: Lucien Ballard. Música: Lionel Newman. Montagem: George A. Gittens. Dir. de arte: Addison Hehr. Cenografia: James Roach. Figurinos: Evelyn Carruth & Henry Helfman. Com: Robert Wagner, Jeffrey Hunter, Virginia Leith, Joanne Woodward, Mary Astor, George Macready, Robert Quarry, Howard Petrie.
Jovem e promissor universitário, Bud Carliss (Wagner), ao saber que a rica herdeira Dorothy Kingbird (Woodward) se encontra grávida, mas não pretende ter nenhum tipo de aproximação com o seu pai magnata, Leo (Macready), tenta envenená-la. Dorothy não engole as cápsulas, no entanto. No mesmo dia ele a leva ao topo de um prédio e a joga lá de cima. A irmã de Dorothy, Ellen (Leith) não se conforma com a versão da polícia e se encontra com o suspeito Dwight Powell (Quarry), que chegara a namorar Dorothy. Powell se lembra que possuía o endereço do último namorado de Dorothy, mas é morto por Bud, que havia escrito uma carta em que simula o suicídio de Powell por remorso do crime que praticara. Ellen se envolve com Bud. No dia de seu noivado, a súbita aparição do policial Gordon Grant (Hunter), que também estudara na mesma universidade de Dorothy e Bud, levará ao desfecho do caso.
Produção que reproduz o cinismo, a frieza e a misoginia das sombrias almas do universo noir com toques de melodrama familiar em cores vivas e Cinemascope. O resultado final, ainda que longe de original ou particularmente entusiasmante em termos de soluções visuais –da maestria com que Hitchcock, por exemplo, trabalharia a narrativa – possui seu charme. Wagner, com seu topete gomalinado de galã-vilão como era regra então, não chegaria a se destacar quanto seus contemporâenos Paul Newman e Marlon Brando, ainda que sua pouca relevância como ator não chegue a ser tão acentuada. Destaques para impressionante cena em que Dorothy é empurrada, mais bem resolvida tecnicamente que cena semelhante de Um Corpo que Cai (1958), de Hitchcock e para o habitual conflito geracional entre o pai patriarca e os filhos (filhas, no caso) revoltados do cinema americano da época. Com relação ao último, particularmente presente nas adaptações de Tennessee Williams, deve-se perceber que a rudeza com que o pai reage aos sentimentos da filha sobre a irmã morta bem pode ter influenciado a relação entre pai e filha em Martha (1974), de Fassbinder, por sua crueza quase caricata. A descoberta dos podres do vilão, ao final, no entanto, servirá não apenas como resolução da tensão em relação ao pai, já dimensionado de forma humana e simpática há certo tempo quanto aceno para o potencial envolvimento de Ellen com Gordon. Oswald, de inexpressiva carreira no cinema, é filho do cineasta alemão Richard Oswald (de, entre muitos outros, Diferente dos Outros). Uma nova adaptação da obra de Levin (de cuja adaptação mais célebre para o cinema é O Bebê de Rosemary) foi produzida em 1991. Crown Prod. para United Artists. 94 minutos.


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