Filme do Dia: Tarzan Contra Nova York (1942), Richard Thorpe
Tarzan Contra Nova York (Tarzan´s New York Adventure, EUA, 1942). Direção: Richard Thorpe. Rot. Original: Miles Connolly, Gordon Kahn & William R. Lipman a partir do argumento de Connolly e dos personagens de Edgar Rice Burroughs. Fotografia: Sidney Wagner. Música: David Snell. Montagem: Gene Ruggiero. Dir. de arte: Cedric Gibbons. Cenografia: Edwin B. Willis. Figurinos: Howard Shoup. Com: Johnny Weissmuller, Maureen O´Sullivan, Johnny Sheffield, Virginia Grey, Charles Bickford, Paul Kelly, Chill Wills, Cy Kendal, Cheeta.
Tarzan
(Weissmuller) e Jane (O´Sullivan) são surpreendidos pelo desaparecimento do
filho adotivo do casal, Boy (Sheffield), que foi seqüestrado or inescrupulosos
homens que administram um circo. Como a Justiça é lenta em recuperar o filho,
Tarzan, com o consentimento de Jane, decide encontrá-lo por seus próprios
meios, fugindo da polícia. Capturado pelos malfeitores, contará com a ajuda de
seus amigos elefantes para sair da jaula e recapturar o filho. O juiz, apesar
das acusações contra Tarzan, decide inocentá-lo.
A fórmula entronizada em muitos dos filmes
anteriores da série, sendo esse o último produzido pela Metro e da parceria
Sullivan-Weissmuller, apenas desloca boa parte da ação para Nova York. O
caráter de “bom selvagem” do protagonista, os histrionismos de Chita (aqui em
dose maior do que o habitual), os malfeitores vindos do mundo ocidental se
somam a uma curiosamente pouco explorada relação de estranhamento entre Tarzan
e os equipamentos urbanos, assim como o conhecido prólogo inicial com um punhado
de planos de animais e ambientes africanos. Alguns elementos típicos da
ideologia liberal americana já reproduzidos pelo western como o herói acima das convencionalidades da lei – aqui não
sem antes se tentar o método ortodoxo – são tão previsíveis quanto a soltura de
Tarzan pelos elefantes, seguindo sem qualquer originalidade a mesma estratégia
de A Fuga de Tarzan (1936). O título
brasileiro está longe de fazer jus ao sentido do original, já que fica bastante
claro que Tarzan não está lutando contra Nova York, no sentido de que uma das
principais instituições representantivas dos valores dessa sociedade, a
Justiça, compartilha da mesma elasticidade capaz não apenas de compreender como
compartilhar da bonomia do herói, mesmo esse indo contra ela ao agredir o
promotor e resistir a ordem de prisão. O primeiro Tarzan do cinema, Elmo
Lincoln, faz aqui uma ponta não creditada como empregado do circo. MGM. 67
minutos.
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