Filme do Dia: Matango, A Ilha da Morte (1963), Ishirô Honda


Matango, a Ilha da Morte Poster


Matango, A Ilha da Morte (Matango, Japão, 1963). Direção: Ishirô Honda. Com: Akira Kubo, Kumi Mizuno, Hiroshi Koizumi, Yoshio Tsuchiya.
Grupo de ricos membros da sociedade japonesa resolve se aventurar pelo mar numa noite de tempestade, sendo que o iate fica  às margens de uma ilha misteriosa, em que aos poucos toda a tripulação vai cedendo aos encantos opressores e mórbidos de um cogumelo que sofreu radiação nuclear.
Essa ficção-científica canhestra e pretensiosa (existe toda uma subliminar evocação da luta de classes, assim como a situação de uma elite burguesa que se vê gradativamente despojada de seus artifícios pode sugerir um paralelo distante com O Anjo Exterminador, de Buñuel) é vítima de sua completa falta de ritmo e submersão aos clichês desgastados do gênero. Nesse sentido, tanto seu péssimo elenco quanto suas situações involuntariamente hilárias são evocativas da ficção B americana da década anterior (notadamente Jack Arnold), assim como de seriados televisivos e, na sua descrição de chegada até a ilha, King Kong (1933). Com cores extravagante e filmado em um dos equivalentes nipônicos do Cinemascope americano o filme, que ainda conta com bizarros números musicais, também deixa transparecer uma alta dose de chauvinismo na forma com que descreve as relações entre os gêneros e na sua divisão entre uma figura de mulher “pura e inocente” e outra diabólica, perversa e extremamente sexualizada. Porém, o que o filme guarda de mais hilário é a representação dos cogumelos monstruosos, evidente referência ao cogumelo atômico em plena paranoia da Guerra Fria, que não deixa de apresentar igualmente um significado fálico que talvez estivesse longe das intenções de seu realizador, o criador do original Godzilla. Tohu. 89 minutos.


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