Filme do Dia: Frankenstein (1931), James Whale
Frankenstein (EUA, 1931). Direção: James Whale. Rot.
Adaptado: Garret Forth, Francis Edward Faragoh & Richard Schayer, a partir
do romance homônimo de Mary Shelley. Fotografia: Arthur Edeson. Música: Bernhard
Kaun. Montagem: Clarence Kolster. Dir. de arte: Charles D. Hall. Cenografia: Herman Rosse. Com: Colin Clive, Mae Clarke,
John Boles, Boris Karloff, Edward Van Sloan, Frederick Kerr, Dwight Frye,
Lionel Belmore, Marilyn Harris.
Henry Frankestein
(Clive) rouba um cadáver do cemitério e com o apoio de seu ajudante, Fritz
(Frye), consegue um cérebro para trazer de volta a vida o cadáver. A criatura
(Karloff) ganha vida, porém o que
Frankenstein fica sabendo é que o cérebro usado foi o de um criminoso. O
monstro foge do castelo de Frankenstein. Esse celebra suas bodas com Elizabeth
(Clarke). Enquanto isso, o monstro que jogara uma garotinha (Harris) no lago
próximo de sua casa, surge
inesperadamente diante de Elizabeth no dia de seu casamento, deixando-a em
estado de choque. Com os gritos dela, assusta-se e abandona o local. Enquanto a
cidade toda celebra o casamento, o pai da garota assassinada surge com seu
corpo em meio as ruas do vilarejo. Uma caçada coletiva é realizada e o monstro captura
Frankenstein. Em um moinho criador e criatura lutam pela vida. Frankenstein é
jogado do alto do moinho, sendo esse posteriormente queimado pelos habitantes
revoltados com o monstro.
Essa, que se
tornaria a versão mais definitiva que a contemporânea adaptação do Dracula, de Stoker, talvez seja menos
lembrada por seus próprios méritos que por ter popularizado a máscara
facial do monstro, que se perpetuaria por incontáveis produções posteriores
tanto de ação ao vivo quanto de animação. Mais de oito décadas após seu
lançamento, impressiona menos a forma com que a narrativa se desenrola, que
acabaria por se tornar clichê posteriormente (e por muitos vinculada como uma
das mais célebres representações
metafóricas da perseguição aos judeus como defende Hollywoodismo) que pela força visual presente em diversos momentos,
da cenografia do laboratório que dá vida ao monstro (reutilizado décadas após
na divertida paródia-tributo de Brooks, O Jovem Frankenstein) à bela contraposição de planos entre Frankenstein e sua
criatura tendo a roldona que move o moinho a separa-los passando pela
monumental imagem do moinho sendo incendiado, com a multidão ao redor.
Desnecessário afirmar a riqueza da fotografia contrastada em p&b e seu jogo
de sombras, tornando-se já uma segunda geração de filmes a ser influenciada
pelo visual dos filmes expressionistas alemães. E mesmo em situações não tão
obviamente cenográficas ou sombrias, como a ambientada no lago. O fato de Frankenstein
ter sobrevivido foi um acréscimo posterior com vistas a um “final feliz” e
igualmente uma reutilização do personagem na não menos talentosa sequencia, A Noiva de Frankenstein, um dos
primeiros exemplares a tirar partido do próprio potencial cômico de elementos
da narrativa. A versão que conta com a morte do cientista chegou a ser exibida
na TV. Inicia com uma apresentação de ninguém menos que o chefe do estúdio,
Carl Laemmle. Não se trata da primeira adaptação do romance, ainda que a mais
famosa até então, produzida em 1910, certamente já tinha caído no esquecimento
e provocou um frisson tão grande que gerou uma série de filmes menores
dirigidos por realizadores menos talentosos, tais como O Filho de Frankenstein, O Fantasma de Frankenstein e
Frankenstein e o Lobisomem. Após a exaustão do ciclo, o personagem
ressurgiria, seguido por um novo ciclo, a partir das produções britânicas da
Hammer, do final dos anos 50. National Film Registry em 1991. Universal Pictures.
70 minutos.
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