Filme do Dia: A Dama Fantasma (1944), Robert Siodmak
A Dama Fantasma (The Phanton Lady,
EUA, 1944). Direção: Robert Siodmak. Rot. Adaptado: Bernard C. Schoenfeld, baseado no romance de
Cornell Woolrich. Fotografia: Elwood Bredell. Música: Hans J. Salter. Montagem:
Arthur Hilton. Dir. de
arte: Robert Clatworthy & John B. Goodman. Cenografia: Russell A. Gausman & L.R. Smith. Figurinos:
Kenneth Hopkins & Vera West. Com: Franchot Tone, Ella Raines, Alan Curtis,
Aurora Miranda, Thomas Gomez, Fay Helm, Elisha Cook Jr, Fay Helm.
Ao
passar a noite com uma mulher que prefere não se identificar, Jack Marlow
(Tone), fica sem álibi para comprovar que não foi o culpado pelo assassinato da
esposa. Tanto o taxista (Novello), quanto o atendente do bar (Tombes) ou ainda
a corista (Miranda) e o baterista (Cook Jr.) do musical que fora assistir
apenas recordam-se dele. Enquanto Marlow é preso, sua secretária Carol Richman,
a quem ele prefere chamar Kansas (Raines) inicia uma investigação por sua
conta, e contando posteriormente com a ajuda de um arrependido Inspetor
Burguess (Gomez) e do próprio assassino, um dos melhores amigos de Jack, Scott
Henderson (Curtis). A investigação resulta
no atropelamento e morte acidental do atendente e no assassinato do baterista.
Tendo que partir para cuidar de outro caso, Burguess afasta-se. Kansas consegue
descobrir onde a mulher misteriosa conseguira comprar um chapéu igual a da
vedete do musical. Após conhecer a mulher que não se identificara, Ann (Helm),
que não pode testemunhar porque se encontra em estado psíquico perturbado,
Kansas é quase morta por Henderson.
Esse filme, que é considerado como um dos melhores
filmes noirs e um marco na carreira de Siodmak, é menos interessante que o bem
menos conhecido Dúvida, realizado
no mesmo ano. Ainda assim não há como
negar a força da atmosfera, excelentes interpretações e uma utilização sublime
da iluminação. Sua seqüência mais marcante ocorre em um clube de jazz, onde o
baterista, vivido pelo mestre em papéis coadjuvante Cook Jr., chega a delirar
orgasticamente em sua bateria, motivado pelo desejo por Kansas. Toda a
seqüência segue o ritmo da música, frenético e beirando a histeria.
Apresentaria pela primeira vez motivações temáticas que seriam recorrentes na
carreira do cineasta como inveja, traição, obsessão e paranóia. A recorrência
desses motivos, em ambiente semelhante, em outros filmes noirs acaba, no
entanto, por torná-lo mais comum que Dúvida.
Em plena época de incentivo as boas relações com a América do Sul, não falta a
presença da vedete brasileira que, na verdade, se trata da irmã de Carmem
Miranda, que num dos poucos momentos que pronuncia algo em português não
disfarça seu carregado sotaque de Portugal. Woolrich, além de ter sido fonte
para inúmeros filmes noirs, também foi adaptado por vários cineastas autorais
de renome como Truffaut, Fassbinder e Almodóvar. Universal. 87 minutos.
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