Filme do Dia: A Renegada (1941), Esodo Pratelli
A Renegada (Pia De’ Tolomei, Itália, 1941). Direção: Esodo Pratelli. Rot.Adaptado: Luigi Pratelli, Pier Maria Rosso di San Secondo & Gugliemo Usellini, a partir do conto de Luigi Bonelli. Fotografia: Arturo Gallea. Montagem: Ignazio Ferronetti. Dir. de arte: Virgilio Marchi. Figurinos: Marina Arcangeli. Com: Germana Paolieri, Carlo Tamberlani, Nino Crisman, Lauro Gazzolo, Cesco Beseggio, Dina Perbellini, Carlo Romano, Nando Tamberlani.
Seculo XIV. A
Condessa Pia De’ Tolomei (Paolieri) é injustamente acusada de adultério e
mantida isolada em um castelo por seu marido Nello della Pietra (Tamberlani).
Quem arma toda a farsa é Ghino (Crisman), apaixonado por Pia e primo de seu
marido, que afirma que a vira em colóquio amoroso com um homem que, na verdade,
era seu irmão, Piero (Marietti). Benquista e querida pelo povo próximo ao
castelo onde se encontra aprisionada, Pia recebe a visita de Ghino que, ao
tentar seduzi-la à força, provoca sua queda do alto do castelo. Ele foge e é
ferido mortalmente por um dos servidores do castelo. Agonizante, revela a Nello
toda sua armação. Nello vai até o castelo, chegando a tempo de ouvir as últimas
palavras de sua amada.
Esse relativamente
bem produzido filme histórico a partir de uma história que já havia
rendido sua adaptação para a literatura e a ópera, assim como várias versões
cinematográficas (três no cinema mudo, uma delas protagonizada pela diva Francesca
Bertini, outra dirigida por Mario Caserini), padece de todas as benesses e,
sobretudo, vicissitudes que são associadas tanto a um gênero por demais já
codificado quanto a sua representação nos anos do Fascismo. Produzido em um
momento no qual o realismo passa a ser grandemente valorizado por parte de
certos setores da crítica italiana, esse drama confinado ao estúdio e com
poucas pretensões de ser um comentário sobre eventos contemporâneos, como
muitos dos filmes históricos produzidos no momento, sobretudo na década
anterior, acaba se tornando mais um veículo escapista, a cargo de um Pratelli
que logo após iria partir para alguns filmes de propaganda mais explicitada,
ambientados na cena contemporânea (caso de Gente
d’ella Aria). Paolieri encarna com bravura sua Pia, sem cair em excessos
melodramáticos. O tom imperante no filme é soturno e melancólico, do início ao
final, tendo como única exceção os festejos do povo em agradecimento as doações
de Pia – cena na qual a observamos, da janela de sua “prisão”, ver e ouvir
eventos que se encontram a extrema distância dela e longe de coincidirem em
termos de uma perspectiva ocular, com uma vantagem semelhante a do espectador
de cinema. Manderfilm. 78 minutos.
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