Filme do Dia: Frankenstein e o Lobisomem (1943), Roy William Neill
Frankenstein e
o Lobisomem (Frankenstein Meets the Wolf
Man, EUA, 1943). Direção: Roy
William Neill. Rot. Original: Curt Siodmak. Fotografia: George Robinson.
Música: Charles Previn, Heinz Roemheld, Hans J. Salter & Frank Skinner. Montagem: Edward Curtiss. Dir.
de arte: John B. Goodman & Martin Obzina. Cenografia: Russell A. Gausman.
Com: Ilona Massey, Patric Knowles, Lionel Atwill, Béla Lugosi, Lon Chaney Jr., Maria
Ouspenskaya, Dennis Hoey, Don
Barclay, Rex Evans , Dwight Frye.
Profanadores de túmulos acabam
acordando do sono um homem (Chaney jr.), que é encontrado sem sentidos por um
policial e levado ao hospital. O homem
afirma ser Lawrence Talbot, que já morreu há 4 anos. Em noites de lua cheia,
transforma-se em lobisomem e mata pessoas. Conta tudo, sentindo-se enojado com
seus próprios atos, ao Inspetor Owen (Hoey) e ao Dr. Frank Mannering (Knowles),
que acredita ser ele um licantropo, homem que pensa ser lobo. Ao assassinato
que Talbot diz ter cometido, eles acreditam que ele pode ter ficado
impressionado com o relato do caso feito por alguma enfermeira. Certa noite, no
entanto, quando o Inspetor Owen e Mannering investigam sobre o passado de
Talbot, este foge do hospital, rasgando a camisa de força com os dentes. Talbot
vai então a procura da cigana Maleva (Ouspenskaya), mãe do lobisomem que o
atacara. Essa, pretendendo curá-lo, leva-o até a terra do dr. Frankenstein,
Vasaria, sabendo na taberna que ambos – o doutor e a criatura – se encontram
mortos. Em um de seus acessos, Talbot acaba entra em uma caverna gelada e
encontra o cadáver de Frankestein, que traz de volta a vida, ao quebrar o gelo.
Quando retorna a sua condição normal, encontra-se com a Baronesa Frankestein
(Massey), herdeira do doutor, buscando encontrar as famosas fórmulas sobre a
vida e a morte. Esta nega-se, afirmando que se as tivesse já se teria desfeito
delas. A noite, tanto a Baronesa quanto
Talbot, aceitam o convite do prefeito de Vasaria (Atwill), para permanecerem
para a festa do vinho. O dr. Mannering junta-se a eles, na esperança de
internar Talbot. Uma jovem é encontrada morta, vítima do monstro, e o dono da
estalagem (Evans) incentiva a revolta da
população contra a Baronesa, Talbot, o
Dr. Mannering e a cigana, sendo
contido pelo prefeito. Com o auxílio da Baronesa, Talbot encontra as fórmulas
do dr. Frankenstein, mas o dr. Mannering decide por sua conta em não abdicar da
experiência fenomenal do doutor, fazendo com que o Monstro seja carregado com o
máximo de energia possível, enquanto Talbot mais uma vez transforma-se em
lobisomem. Enquanto os dois brigam, Mannering e a Baronesa fogem. Com a
implosão de uma represa que fornecia água ao castelo, este é destruído com os
monstros dentro e a população comemora.
Outra filme-B que segue a trilha
aberta pelo sucesso do clássico Frankenstein (1931) de Whale, que praticamente
sustentou os estúdios da Universal na década anterior. Porém como todas as
outras seqüências – talvez com a possível exceção do cômico A Noiva de Frankenstein (1934),
também de Whale –não possui a força pictórica do orginal, onde as imagens se
sobrepunham, por sua qualidade, a qualquer banalidade de roteiros do gênero.
Influenciado pelo romance gótico inglês vitoriano – do qual o personagem de
Talbot, que segue a tradição Jekyll-Hyde, é o maior exemplo – e pelo
expressionismo do cinema alemão dos anos 20, no jogo de sombras e luzes, o
filme já demonstra a fórmula viciada em que se transformou esses “filmes de
monstro”, com suas estalagens, castelos e charnecas. Cansaço que ainda deve ter
sido mais evidente pelo momento tardio em que é lançado, em plena Segunda
Guerra Mundial, quando carnificinas reais eram noticiadas a todo momento no
continente europeu. Lugosi, vivendo o monstro, após ter se tornado célebre nos
papéis como Drácula, excessivamente
maneirista, é bem mais limitado como ator que Boris Karloff, que viveu o monstro nas duas versões de Whale,
assim como seu tipo físico, de estatura não menos limitada para a
personificação de um monstro, também não ajuda. O fraco roteiro, escrito pelo
irmão do célebre diretor Robert Siodmak, Curt, apresenta rísiveis soluções para
fazer com que o destino dos dois monstros se cruzem, enquanto a alma
atormentada e dividida de Talbot, na pele de Lon Chaney jr., também possui seu quinhão de humor
involuntário. Porém, curiosamente, o roteiro também acaba ironicamente dando
razão ao dono da estalagem contra o mocinho, já que é esse quem vem a destruir
os monstros e cair nas graças da população, não ocorrendo como era de se
esperar, que a Baronesa Frankenstein e o médico Frank tenham conseguido se
redimirem da suspeita de tramarem conspirações na surdina. Com tão pouco ou ainda menos recursos, o
produtor Val Lewton, realizou na RKO, na
mesma época, filmes de bem maior qualidade, como O Túmulo Vazio (1944), de Robert Wise. Por outro lado O Jovem Frankenstein (1975), de Mel
Brooks, é uma sátira hilariante sobre o universo dos filmes de terror da
Universal dos anos 30 e 40. Universal. 74 minutos.

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