The Film Handbook#15: Alan Rudolph
Alan Rudolph
Nascimento: 18/12/1943, Los Angeles, Califórnia
Carreira (como diretor): 1972-
Um dos talentos mais excentricamente imaginativos a emergirem do cinema americano nos últimos anos, Alan Rudolph faz filmes que são difíceis de serem categorizados em termos de gênero e inflexão: embora habitualmente ambientados em um reconhecível mundo real, elementos de fantasia são comuns; igualmente, subitamente mudam da comédia ao romance, da originalidade à indulgência.
Rudolph já havia realizado diversos filmes de baixo orçamento sem qualquer reconhecimento, incluindo o filme de horror hippie Premonition, antes de atuar como assistente de diretor para Altman, que produziu o primeiro filme sério de Rudolph, Welcome to L.A. Uma sátira ocasionalmente afetada sobre os hábitos de acasalamento de vários sofisticados moradores de Los Angeles vagamente conectados com um vaidoso músico de rock, o filme, no entanto, revelou um forte senso visual e uma atitude evasivamente oblíqua em relação à narrativa. De longe melhor foi Não se Esqueçam de Mim/Remember My Name>1, atualizando de forma inventiva motivos dos "filmes de mulheres" dos anos 40 para criar um excitante painel psicológico de um homem ameaçado por sua vingativa ex-mulher, recentemente solta da prisão; o frescor do filme em parte se deve ao seu uso das sórdidas locações suburbanas e em parte à inclusão no elenco tanto de Anthony Perkins quanto de Geraldine Chaplin vivendo personagens bem distantes do habitual. Infelizmente, o filme não foi um sucesso comercial e nos anos seguintes Rudolph se viu forçado a dirigir filmes pensados por outros - Roadie (uma comédia agradável sobre a indústria da música), A Morte Vem do Céu (Endangered Species, ficção-científica de ação com implicações político-ideológicos intrigante mas confusa) e Return Engagement (registro documental de uma turnê empreendida pelas notórias "celebridades" J. Gordon Liddy e Timothy Leary) - nos quais o diretor pouco podia revelar de seu talento errático, mas atraentemente idiossincrático, para a narrativa.
Com Corações Solitários (Choose Me)>2, no entanto, sua habilidade para criar um universo vagamente irreal, fechado em si mesmo, povoado por excêntricos vívidamente delineados foi permitida na íntegra. O filme é uma complexa, cômica e frequentemente ambígua ciranda, retratando os modos com os quais um grupo de solitários vão a bares de solteiros em busca de sonhos variados de amor romântico e sexual. Mesmo filmado com baixo orçamento faz, apesar disso, um excelente e estilizado uso dos cenários de estúdio para evocar tanto a fantasia quanto um vagamente formal senso de coreografia emocional. Igualmente, após a rotineiro e algumas vezes incoerente saga country Songwriter, Vidas em Conflito (Trouble in Mind)>3, fez uso da história de um ex-policial, recém-saído da cadeia, que ajuda a jovem esposa de um homem envolvido ingenuamente em atividades criminosas para criar uma bizarra mescla de filme de ação, conto de fadas romântico e comédia surreal. Mais uma vez, o ambiente (Rain City) foi uma astuta mistura de fantasia e irrealidade, etérea e mágica, enquanto a atenção de Rudolph se encontrava menos focada nos eventos que em seus auto-centrados, algumas vezes dignos de pena, mas em última instância simpáticos, personagens. De longe menos original mas igualmente atraente foi Paixão Eterna (Made in Heaven), sobre um jovem morto em um acidente de carro que se apaixona por um anjo feminino ainda não nascido e passa a viver uma segunda vida enquanto busca pelo retorno dela à Terra.
O longamente planejado Moderns (The Moderns)>4, sobre artistas e negociantes de artes, falsificadores e intelectuais expatriados na Paris dos anos 20, embora tenha sido visto por alguns como trivial, indulgente e pretensioso, foi novamente uma obra romântica e distintamente pessoal de um diretor imprevisível e fascinante. De fato, a obra de Alan Rudolph como um todo é uma bem vinda alternativa à conveniente rotina da Hollywood mainstream.
Nascimento: 18/12/1943, Los Angeles, Califórnia
Carreira (como diretor): 1972-
Um dos talentos mais excentricamente imaginativos a emergirem do cinema americano nos últimos anos, Alan Rudolph faz filmes que são difíceis de serem categorizados em termos de gênero e inflexão: embora habitualmente ambientados em um reconhecível mundo real, elementos de fantasia são comuns; igualmente, subitamente mudam da comédia ao romance, da originalidade à indulgência.
Rudolph já havia realizado diversos filmes de baixo orçamento sem qualquer reconhecimento, incluindo o filme de horror hippie Premonition, antes de atuar como assistente de diretor para Altman, que produziu o primeiro filme sério de Rudolph, Welcome to L.A. Uma sátira ocasionalmente afetada sobre os hábitos de acasalamento de vários sofisticados moradores de Los Angeles vagamente conectados com um vaidoso músico de rock, o filme, no entanto, revelou um forte senso visual e uma atitude evasivamente oblíqua em relação à narrativa. De longe melhor foi Não se Esqueçam de Mim/Remember My Name>1, atualizando de forma inventiva motivos dos "filmes de mulheres" dos anos 40 para criar um excitante painel psicológico de um homem ameaçado por sua vingativa ex-mulher, recentemente solta da prisão; o frescor do filme em parte se deve ao seu uso das sórdidas locações suburbanas e em parte à inclusão no elenco tanto de Anthony Perkins quanto de Geraldine Chaplin vivendo personagens bem distantes do habitual. Infelizmente, o filme não foi um sucesso comercial e nos anos seguintes Rudolph se viu forçado a dirigir filmes pensados por outros - Roadie (uma comédia agradável sobre a indústria da música), A Morte Vem do Céu (Endangered Species, ficção-científica de ação com implicações político-ideológicos intrigante mas confusa) e Return Engagement (registro documental de uma turnê empreendida pelas notórias "celebridades" J. Gordon Liddy e Timothy Leary) - nos quais o diretor pouco podia revelar de seu talento errático, mas atraentemente idiossincrático, para a narrativa.
Com Corações Solitários (Choose Me)>2, no entanto, sua habilidade para criar um universo vagamente irreal, fechado em si mesmo, povoado por excêntricos vívidamente delineados foi permitida na íntegra. O filme é uma complexa, cômica e frequentemente ambígua ciranda, retratando os modos com os quais um grupo de solitários vão a bares de solteiros em busca de sonhos variados de amor romântico e sexual. Mesmo filmado com baixo orçamento faz, apesar disso, um excelente e estilizado uso dos cenários de estúdio para evocar tanto a fantasia quanto um vagamente formal senso de coreografia emocional. Igualmente, após a rotineiro e algumas vezes incoerente saga country Songwriter, Vidas em Conflito (Trouble in Mind)>3, fez uso da história de um ex-policial, recém-saído da cadeia, que ajuda a jovem esposa de um homem envolvido ingenuamente em atividades criminosas para criar uma bizarra mescla de filme de ação, conto de fadas romântico e comédia surreal. Mais uma vez, o ambiente (Rain City) foi uma astuta mistura de fantasia e irrealidade, etérea e mágica, enquanto a atenção de Rudolph se encontrava menos focada nos eventos que em seus auto-centrados, algumas vezes dignos de pena, mas em última instância simpáticos, personagens. De longe menos original mas igualmente atraente foi Paixão Eterna (Made in Heaven), sobre um jovem morto em um acidente de carro que se apaixona por um anjo feminino ainda não nascido e passa a viver uma segunda vida enquanto busca pelo retorno dela à Terra.
O longamente planejado Moderns (The Moderns)>4, sobre artistas e negociantes de artes, falsificadores e intelectuais expatriados na Paris dos anos 20, embora tenha sido visto por alguns como trivial, indulgente e pretensioso, foi novamente uma obra romântica e distintamente pessoal de um diretor imprevisível e fascinante. De fato, a obra de Alan Rudolph como um todo é uma bem vinda alternativa à conveniente rotina da Hollywood mainstream.
Genealogia
Embora Welcome to L.A. encoraje comparações com o confesso mentor de Rudolph, Altman, a diversidade de seu trabalho posterior recusa paralelos fáceis. Na verdade, de Corações Solitários em diante, sua obra charmosamente idiossincrática é talvez mais reminiscente de Demy ou Ophüls.
Destaques
1. Não se Esqueçam de Mim, EUA, 1978, c/Geraldine Chaplin, Anthony Perkins, Berry Berenson
2. Corações Solitários, EUA, 1984 c/Keith Carradine, Genevieve Bujold, Lesley Ann Warren
3. Vidas em Conflito, EUA, 1985 c/ Kris Kristofferson, Keith Carradine, Lori Singer
4. Moderns, EUA, 1988 c/Keith Carradine, Linda Fiorentino, Genevieve Bujold
Texto: Andrew, Geoff. The Film Handbook. Londres: Longman, 1989, pp. 251-2.
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