O Dicionário Biográfico de Cinema#301: Chen Kaige

 


Chen Kaige, n. Beijing, China, 1952

1984: Huang Tu Di [Terra Amarela]. 1986: Da Yue Bing [The Big Parade]. 1988: Hai Zi Wang [O Rei das Crianças]. 1993: Ba Wang Bie Ji [Adeus, Minha Concubina]. 1996: Feng Yu [Lua Sedutora]. 1999: Jing Ke Ci Qin Wang [O Imperador e o Assassino]. 2002: He Ni Zai Yi Qi [Juntos]. 2005: Wu Ji [A Promessa]. 2007: "Zhanxiou Village", um episódio para To Each his Own Cinema [Cada um Com Seu Cinema]. 2008: Mei Lanfang [Eterno Feitiço]. 2010: Zhao Shi gu Er [O Sacríficio]. 2012: Sou Suo.

No Festival de Cannes de 1993 a Palma de Ouro foi compartilhada entre The Piano [O Piano], de Jane Campion e Adeus, Minha Concubina, de Chen Kaige. Compreende-se a urgência de pagar a atenção a Chen. Na China de seus primeiros filmes enquanto diretor havia visto mais um movimento na sinfonia da tempestade. Os filmes de Chen enfrentaram a censura e ameaças mais graves à liberdade do diretor. Além do que, foi uma figura central na mais promissora nova onda de filmes chineses, juntamente com Zhang Yimou, que fotografou Terra Amarela e The Big Parade. Soma-se a isso ter se estabelecido que abordam os assaltos periódicos em seu cultura e esperança, a convulsão da China moderna. Nunca perdeu coragem e em Adeus, Minha Concubina montou um filme épico, uma resposta chinesa a The Last Emperor [O Último Imperador], se você desejar. (Chen atuou neste filme e ficou impressionado não apenas por sua escala, mas pelo tema de espíritos refinados que são espancados pela história ou destino.)

Isso dito, a Palma de Ouro a Adeus pareceu-me um gesto de generosidade. Possui um olhar fino e um modo vívido com atores (Leslie Cheung, Zhang Fengyi, e Gong Li), e este senso dramático de cor é que é o mais surpreendente na China agora. Mas, por sua duração, o filme é monótono e evasivo. Os personagens não são verdadeiramente revelados (em comparação com O Piano) e o padrão de rudeza da história é eventualmente simplório. Não aprendemos o suficiente sobre a vida interior - como se este território vital fosse ainda não familiar na China. Lua Sedutora e O Imperador e o Assasssino parecem-me asserções futuras do mesmo talento - espetacular, genuinamente energético filmes, ainda repleto de excitação pelo meio - ainda que demasiado longos, indevidamente complicados (ou mesmo incoerentes) e nada verdadeiramente ansiosos em ir além dos limites do gênero. O Imperador e o Assassino foi dito ser o filme mais extravagante jamais realizado na China, ambientado no século IV A.C., com Gong Li novamente (sem ninguém reclamar) como a concubina que une os mundos da justiça e do crime. Lua Sedutora, ambientado em Xangai nos anos 20, parece-me melhor e mais urgente apenas por ser uma tentativa de ver as raízes da história moderna chinesa. Mas, no geral, o épico é mais confortável e parece mais lucrativo para as autoridades do cinema chinês.

Texto: Thomson, David. The New Biographical History of Film. N. York: Alfred A. Knopf, 2014, pp. 465-67.

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