Filme do Dia: Une Nuit Agitée (1912), Max Linder

 


Une Nuit Agitée (França, 1912). Direção: Max Linder. Rot. Original: Louis Feuillade & Max Linder. Com: Max Linder, Stacia Napierkowska, Jean Renouardt.

Max (Linder) chega a residência onde desfrutará sua lua-de-mel, dispensando a empregada para poder ficar a sós com sua noiva na sala. Essa, fugindo de seus afagos, sugere que ele apague a luz, ao que ele prontamente acede. No leito conjugal, Max é importunado por insetos. Sua primeira reação é fazer justiça com as próprias mãos. A segunda é com um sapato e na terceira, já estouvado, apela para um tiro de revólver, assustando grandemente sua esposa. Quando a primeira briga do casal já parecia vencida e a paz voltara a reinar, uma quarta invectiva contra um mosquito finda em um jarro de água derramado sobre a água e a saída da esposa do quarto. Max reúne todos os que conseguiu aprisionar em um saco e leva para a estrada de ferro, jogando o saco antes da passagem do trem, com explosivos dentros, comemorando seu feito.

Soluções simples são utilizadas com charme nesse curta. Na cena inicial da corte, por exemplo, parte de um ambiente plenamente iluminado, para o lusco-fusco das silhuetas, após a luz apagada, mas ainda com um ponto de luz evidente –a janela – que, com a intromissão de um voyeur da rua, é devidamente bloqueada, tornando o quadro completamente escuro, espécie de fade natural que sugere não apenas ser a ponta para a cena seguinte, mas igualmente para um momento de intimidades mais ousadas do que poderiam ser exibidas. Trata-se de nuances habitualmente distantes do repertório da comédia de então., mais preocupada com o catártico emprego do elemento físico no humor – algo que tampouco Linder deixa de utilizar ocasionalmente. Dito isso, não há como não frisar igualmente a fragilidade com que é trabalhado o próprio elemento-chave e seus desdobramentos – da esposa não se tem mais notícia, após a saída do quarto, o literal efeito-bomba contra os mosquitos não parece ir atrás da fonte do problema, etc. Pathé Frères. 6 minutos e 45 segundos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: El Despojo (1960), Antonio Reynoso