Filme do Dia: A Sociedade da Neve (2023), J.A. Bayona

 


ASociedade da Neve (La Sociedad de la Nieve, Uruguai/Chile/Espanha/EUA, 2023). Direção J.A. Bayona. Rot. Adaptado J.A. Bayona, Bernat Vilaplana, Jaime Marques & Nicolás Casariego, a Apartir do livro homônimo de Pablo Vierci. Fotografia Pedro Luque. Música Michael Giacchino. Montagem Andrés Gil & Jaume Martí. Dir. de arte Alain Bainée & Jaume Martí. Cenografia Angela Nahum. Figurinos Julio Suárez. Maquiagem e Cabelos Ana López-Puigcerver, Belén López-Puigcerver &Montse Ribé. Com Enzo Vogrincic, Agustín Pardella, Matías Recalt, Esteban Bligiardj, Diego Vegezzi, Fernando Contigiani, Esteban Kukuricza, Francisco Romero, Rafael Federman, Valentino Alonso, Tomas Wolf, Agustin Della Corte, Felipe Gonzalez Otaño, Andy Pruss, Bass Polidori, Felipe Ramusio, Simon Hemp, Luciano Chatton, Rocco Posca, Paula Baldini.

Em 1972, avião fretado para levar uma equipe de rugby do Uruguai ao Chile cai no meio da Cordilheira dos Andes. Seus passageiros, na maior parte jovens e homens, terão que enfrentar agruras durante dois meses e meio, antes dos sobreviventes virem a ser resgatados, inclusive sobrevivendo a partir da carne de alguns dos falecidos.

Sobrevivência em condições limítrofes é um prato cheio para produções que, em última instância, sempre servirão a exaltar a resistência humana frente às adversidades, como demonstra a diversidade de filmes lançados próximos deste sobre um episódio bem mais recente, envolvendo outra equipe de jovens, que ficaram aprisionados em uma caverna (Treze Vidas: O Resgate, Os Treze Sobreviventes da Caverna, dentre outros) na Tailândia, por um período consideravelmente menor do que o aqui apresentado. Como poderia ser diferente para a experiência talvez mais radical, em tempos recentes, a envolver este subgênero, como a descrita nessa e também em outras produções (há um filme ficcional dos anos 90, com Ethan Hawke, Vivos, uma produção mexicana lançada apenas quatro anos após o episódio, Sobreviventes dos Andes, e inúmeros documentários a respeito, um deles com o mesmo título desta produção). E por outro lado podem servir ainda como aquele apoio manco para os que sobrevivem em condições menos opostas – o que provavelmente vem a ser, ainda bem, uma expressiva maioria da população global, como se ressoasse, se eles puderem sobreviver a isso, porque você não pode lidar com problemas bem menos radicais? É o estofo que promove todo um mercado de autoajuda. E o filme procura, e razoavelmente consegue, se afastar deste espectro, embora seja o tipo de karma que atravessará qualquer episódio, sobretudo ficcional, que envolva alguma recriação do tipo. No mais se fica querendo assistir até o final para se observar quando será o desfecho do drama, absorvendo vicária e voyeuristicamente todas as peripécias. É um mérito da produção? Do episódio na qual se inspira? Chega a ser um mérito? Qual mérito? O de retratar, com uma revisão atualizada em termos de realismo, os rigores aos quais foram expostos o grupo e as medidas extremas aos quais foram submetidos?|El Arriero Films/Misión de Audaces Films S.L. para Netflix. 144 minutos.

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