Filme do Dia: Beyond the Clouds (2017), Majid Majidi
Beyond the
Clouds (Índia/Irã, 2017). Direção: Majid Majidi. Rot. Original: Meharan Kashani
& Majid Majidi. Fotografia: Anil Mehta. Música: A.R.
Rahman. Montagem: Hasssan Hassandoost. Dir. de arte: Mansi Dhruv Mehta.
Figurinos: Bibi Zeeba Miraie & Payal Saluja. Com: Ishaan Kattar, Malavika
Mohanan, Goutam Ghose, Sharada, Tannishta Chatterjee, Shashanke Shende, Hema
Singh, Akash Gopal, Dhwani Rajesh, Amruta Santosh Tankur, Shivam Pujari.
Amir (Kattar), criminoso de pequenos
delitos, retorna à casa da irmã Tara (Mohanan), que pouco depois é presa por
quase matar um homem que supostamente a estuprara, Akshi (Ghose). Por ironia do
destino, Amir, que odeia e maltrata Akshi sempre que pode, convaslescente
gravemente no hospital, torna-se próximo da mãe dele (Sharada), de sua filha
(Rajesh), de quem chega a pensar em entregar para os criminosos para quem
trabalha e de quem recebe dinheiro pela proposta e da caçula Asha (Tankur).
Tara, por sua vez, afeiçoa-se do garoto Chotu (Pujari), filho que desde poucos
meses mora com a mãe enferma (Chatterjee), que morre na prisão, para o
desespero de Tara. Os sonhos de Amir livrar a irmã da pena também se tornam
menos certos com a morte inesperada de Akshi, que vinha se recuperando
relativamente bem da agressão sofrida.
Triste observar que realizador de
destacado passado na filmografia iraniana como Majidi (Filhos do Paraíso), mesmo não possuindo o mesmo rigor e projeto
pessoal de uns poucos realizadors maiores de sua geração, tenha declinado a
dirigir essa espalhafatosa co-produção, muito bem produzida tecnicamente, mas
um tanto tosca em termos de concepção, em última instância de sua dívida para
com uma realidade dura, a quem o fllme responde apenas com a lógica do
espetáculo melodramático mais banal. Os expedientes chegam a ser
constrangedoramente esquemáticos, como o da mãe que sai em estado grave de
saúde deixando na cela o garoto por quem Tara, antes observada (pelo irmão e
aparentemente pelo filme também) como prostituta passa a desenvolver instintos
maternais que a predispõem uma “reabilitação” moral. E a trilha sonora não é
menos desavergonhada nesse sentido. Ou da tempestade convenientemente posta
para amolecer de vez o coração de Amir em relação a família do homem que
maltrata no hospital e é peça-chave para a absolvição ou não de sua irmã. A
mensagem é de uma solidariedade mecânica quase automática, já que
posteriormente ele será tratado pela mãe do mesmo. E até mesmo quando vacila, é
a ordem dos sentimentos que impera, como quando o seu pareceiro de crimes, Anil,
o trai e depois se arrepende, sendo igualmente espancado e perdendo o dinheiro
que lhe haviam dado por tê-lo trazido consigo. Namah Pictures/Zee Studios para
Zee Studios. 120 minutos.
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