Filme do Dia: Doña Bárbara (1943), Fernando de Fuentes & Miguel M. Delgado
Doña Bárbara (México, 1943). Direção:
Fernando de Fuentes & Miguel M. Delgado. Rot. Adaptado: Fernando de Fuentes
& Rómulo Gallegos, baseado no romance homônimo do segundo. Fotografia: Alex
Phillips. Música: Francisco Domínguez. Montagem: Charles L. Kimball. Dir. de
arte: Jesús Bracho. Com: María Félix, Julián Soler, María Elena Marqués, Andrés
Soler, Charles Rooner, Agustín Isunza, Miguel Inclán, Eduardo Arazomena.
Doña Bárbara (Félix), traumatizada com
o estupro e também com o assassinato do namorado vivido em sua juventude, transformou-se na
mais temida latifundiária da região de savanas. A situação muda de figura
quando Santos Luzardo (Julián Soler) aparece para investigar as irregularidades
e propor novos limites para suas terras. Recuperado, o alcoólatra Lorenzo
Barquero (Andrés Soler), seu tradicional rival, assim como Marisela
(Marqués), antes tida como louca, que se apaixona por ele. Doña Bárbara pela
primeira vez desde o assassinato de seu namorado se sente efetivamente
interessada em um homem, dividindo a paixão e os seus próprios interesses no
altar de oferendas no qual se encontra o retrato de Luzardo. Esse, porém, acaba
se envolvendo com Marisela e a rejeitando, fazendo com que sua atitude volta a
ser de habitual violência.
Essa adaptação do clássico maior da
literatura venezuelana, em parte efetuada por seu próprio autor com uma María
Félix ainda em início de carreira, demonstra que o cinema mexicano do período
gozava de um processo de industrialização muito distante de ser alcançado pelas
produções brasileiras. Tanto em termos de fotografia quanto de edição o modelo
clássico hollywoodiano é seguido à risca. Quando se fala em edição, não que ela
possua o ritmo dinâmico da maior parte das produções hollywoodianas
contemporâneas, mais que seu modelo de decupagem segue às premissas daquele. O
resultado final, no entanto, encontra-se comprometido pela ausência de um
verdadeiro conflito e pelo arrastado que a narrativa vai sendo tocada, além das
canhestras interpretações de praticamente todo o elenco, com exceção de Félix.
Clasa Filmes Mondiales/Produdcciones Grovas. 138 minutos.
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