Filme do Dia: Oh'phelia (1919), Anson Dyer

 


Oh’phelia (Reino Unido, 1919). Direção e Rot. Adaptado Anson Dyer, a partir de William Shakespeare.

Oh’phelia é abordada por Amlet, que lhe rouba os cachos. Oh’phelia chora desolada, e seu irmão Laertes, vem em seu socorro, expulsando Amlet. A rainha, mãe de Amlet, lhe entrega uma poção mágica para enfeitiçar a sua amada. Polonius, pai de Oh’phelia, escuta toda a interação entre os dois.

Fazendo uso da técnica pouco comum de stop motion em papel cortado (cut-out), que alguns enxergam Lotte Reiniger como pioneira. E antes de adentrarmos no universo propriamente ficcional se movendo por si, observamos o que seria uma representação da mão do animador dando os retoques finais na figura da Ofelia shakespeariana (Dyer retornaria a outros temas shakespearianos fazendo uso dessa técnica). E tal técnica é mesclada com o desenho animado tradicional. É interessante a brincadeira que é feita com o uso das cartelas, não apenas inserindo gradativamente as palavras, como ainda as ocasionalmente modificando a partir da mudança de letras já postas. E a ironia vai além, frisando que Oh’félia foi retirada do encontro “gentilmente”, quando observamos a forma abrupta com que foi abordada. Também brinca com anacronismos, pois se Oh’félia e Amlet estão em trajes de época, o irmão que vem em seu socorro está vestido como cowboy. E é claro, outra tradição do universo do humor em quadrinhos e da animação, há também uma sátira aos próprios nomes dos personagens shakespearianos, como o título já prenuncia.  E, sabiamente, Dyer dribla a morte da protagonista, que seria um final destoante de toda a proposta de humor do projeto. Hepworth Picture Plays. 10 minutos e 18 segundos.

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