Filme do Dia: What Shall We Do with Our Old? (1911), D.W. Griffith
What
Shall We Do with Our Old? (EUA, 1911). Direção: D.W. Griffith. Fotografia: G.W.
Bitzer. Com: W. Chrystie Miller, Claire McDowell, Adolph Lestina, George
Nichols, Francis J. Grandon, Wilfred Lucas, Elmer Booth, Donald Crisp, Vivian
Prescott.
O médico (Lestina), recomenda que a esposa
(McDowell) do velho carpinteiro (Miller), com problemas pulmonares (provável
tuberculose), necessita de ar puro. Um supervisor demite operários de idade
mais avançada que, a seu ver, não rendem mais tanto. O velho carpinteiro é uma
das vítimas. Voltando para casa com a má nova, tenta conseguir comida a qualquer custo. O
velho se vê forçado a roubar comida de um estabelecimento, sendo flagrado
poucos metros após. Na corte, o velho carpinteiro é rapidamente levado à
cadeia. Pouco depois, no entanto, o policial que o flagrara, confirma a
existência da mulher moribunda em sua casa e o juiz determina que seja
imediatamente solto, com a cesta de comida
que fora objeto da discórdia. Porém, chegam um pouco tarde.
Se o excesso de personagens, por exemplo, na
cena da marcenaria, não o torna exatamente uma cópia de pequenos agrupamentos
amorfos como os observados em filmes como Viagem
à Lua (1902), tampouco facilita a vida do espectador, em relação à
compreensão do que de fato está se passando. Destaque para o logotipo do
estúdio cravado, sem grande sutileza, como habitual, na madeira da casa logo
abaixo a janela do quarto onde se encontra prostrada a mulher do velho
carpinteiro. Escolha não muito estratégica, pois ficará encoberto pela própria
Claire McDowell boa parte do tempo. Que não se espere que o velho carpinteiro
encontrará com vida sua mulher. O pathos da injustiça a provocar indignidade
moral nele, assim como se pretendia no espectador, logo terá como reação a
indiferença dos que o acompanharam e testemunharam sua revolta. Não há um
mínimo aceno de trabalho ou pensão para o velho, agora viúvo. Aparentemente a
cena do flagrante, que não ficaria de fora de um melodrama griffithneano, já
que importante para criar empatia com o personagem, perdeu-se com o tempo. A
música incorporada a essa versão é bastante retumbante, incluindo generosos
trechos da melodia de A Marselhesa. Já
a pergunta que se fez título remete aos laivos de “denúncia social” mais ampla
que o caso específico retratado. Biograph Co. 14 minutos e 23 segundos.
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