Filme do Dia: There's Something About a Soldier (1934), Dave Fleischer

 


There’s Something About a Soldier (EUA, 1934). Direção: Dave Fleischer. Música: George Steiner & Sammy Timberg.

Fazendo uso de uma composição do britânico Noel Gay composta para um filme de ação ao vivo, produzido no ano anterior, inclusive para seu título, essa animação curta tem ao menos uma passagem que se torna digna de nota, mesmo deixando de lado os dois beijos grandemente sensuais trocados por Betty Boop e seu galante soldado. Trata-se do momento em que o soldado, como todos os voluntários, resolve se alistar, a partir da sedução exercida por Betty. Aqui, voluntariamente ou não, ocorre um sagaz comentário sobre a padronização que o exército efetua literalmente sobre o corpo do indivíduo, que sai com uma postura padrão que o soldado deve ter.  Aliás, o soldado em questão, é de longe o mais atrativo da longa lista e apesar de já ter despertado a atração da heroína antes mesmo de sua metamorfose como militar, a qual aliás faz referência o título, a ganhará de fato evidentemente após essa; não faltando uma clássica cena, comum aos filmes de ação ao vivo de guerra da época, dela correndo e caindo na lama, enquanto seu amado marcha inflexível. Ele, evidentemente, é o único que Betty retribui para além de um singelo beijo na face que dispensa aos outros – e, a determinado momento nem isso, preferindo que seu cachorro lamba um homem demasiado feio e velho. Há algo de subversor, em termos de gênero, evidentemente numa animação que na verdade faz do homem-soldado o objeto do desejo e sem sequer lhe dar qualquer nome, característica habitualmente dispensada às personagens femininas, como é o caso das animações da Warner. Detalhe: a batalha vai ser travada contra mosquitos gigantes. Fleischer Studios para Paramount Pictures. 6 minutos e 38 segundos.

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng

Filme do Dia: El Despojo (1960), Antonio Reynoso