Filme do Dia: Logging in Maine (1906), G.W. Bitzer
Logging in Maine (EUA,
1906). Fotografia: G.W. Bitzer.
Esse filme em cinco rolos que pretende descrever a
atividade do transporte fluvial de madeira da floresta para uma serraria possui
equilíbrio estético certamente involuntário. Suas cinco partes efetivam um
papel semelhante ao das seqüências no cinema clássico, estrutura narrativa ao
qual o próprio Bitzer, ao lado de Griffith, seria um nome referencial (e não há
como não lembrar os longos planos do rio, sob um viés narrativo bem mais
estruturado da primeira colaboração de ambos em As Aventuras de Dollie, mesmo que Bitzer não tenha sido creditado).
Fica patente uma estrutura circular, que praticamente parte e volta ao mesmo
ângulo, sendo que as partes primeira e última são também distintas por
apresentarem uma estrutura mais complexa das que entremeiam o filme, e essas
por sua vez tomadas praticamente de um mesmo ângulo ou quando não de um mesmo
plano. O filme é uma constante alternância entre partes em que se sobressai a
figura humana e outras nas quais se destaca a natureza e a madeira a ser
transportada até o último plano, no qual, mesmo a figura humana se destacando,
os dois elementos ganham relevância. Destaque para a enormidade de tempo
necessária para a descrição da madeira descendo uma poderosa cachoeira ou
simplesmente seguindo o fluxo da corrente, como são as partes segunda e quarta
e para o domínio do equilíbrio dos homens sobre os enormes troncos de madeira,
em certos momentos sorvendo de um evidente prazer exibicionista para as câmeras
– como é o caso de um que chega a se deitar sobre o tronco. Assim como para a
profundidade de campo nas partes com presença humana. American Mutoscope Co. 17
minutos.
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