Filme do Dia: Beat the Devil (c. 1964), Bob Mizer
Beat the Devil (EUA, c. 1964).
Direção: Bob Mizer. Com: Gary Hammock, Joe Kiser, Jerry Bell.
O Diabo aparece
para um jovem e o induz a comer uvas de uma parreira. Esse, ao comer da fruta
passa mal e cai desfalecido ao chão. Um outro passante se assusta e observa se
ele ainda possui os sinais vitais. Enquanto tenta reanimar o outro, também
recebe a visita do Diabo, ao qual combate com um crucifixo. Quando fica
desatento brevemente, é atacado pelo demônio, lutando contra esse e tendo como
seu aliado a primeira vítima da besta.
Com um título que
provavelmente faz menção menos a produção homônima de Huston (no Brasil O Diabo Riu Por Último, de 1953), do que uma brincadeira com uma expressão em língua inglesa, transformando-a em algo literal aqui. Essa
produção não deixa de apresentar idiossincrasias relativas provavelmente a
própria falta de recursos; por exemplo, a determinado momento, um gato é
lançado em cena, por um furo da lona que faz às vezes de floresta onde se
desenrola o evento. Por volta de sua metade, o filme se restringirá às
cansativas e repetitivas lutas entre os corpos dos três atores, numa postura
talvez antecipatória de algo presente na estética de um Sebastiane (1976), de Jarman. Um diferencial em relação a maior
parte dessas produções – que se contam às centenas – dirigidas ao público gay,
é algumas demonstrações de afeto logo ao início, tanto do Diabo com relação à
sua primeira vítima, a lhe pousar a mão sobre o ombro, seja da segunda vítima
em relação à primeira. E também ao final, quando um longuíssimo aperto de mãos,
assim como os braços no ombro do companheiro, selam a vitória contra o demônio,
devidamente já sem os chifres antes observados,
que sai de cena mesmo que a bomba que seja lançada em cena procure
emular seu desaparecimento. Sem fazer uso de uma decapagem clássica, como é
habitual nesses curtas, percebe-se a secura do corte para um plano mais
aproximado ou então se faz uso do zoom
com plena ação em andamento para destacar algum ator. Ao final a plaqueta de
créditos é entregue por alguém que não se encontrava até então em cena.
ATG. 7 minutos e 42 segundos.
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