Filme do Dia: Nossa Irmã Mais Nova (2015), Hirokazu Kore-eda

 


Nossa Irmã Mais Nova (Unimachi Diary, Japão, 2015). Direção: Hirokazu Kore-eda. Rot. Adaptado: Hirokazu Kore-eda, a partir do mangá de Akimi Yoshida. Fotografia: Mikiya Takimoto. Música: Yôko Kanno. Montagem: Hirokazu Kore-eda. Dir. de arte: Keiko Mitsumatsu & Mami Kagamoto. Cenografia: Ayako Matsuo. Figurinos: Sachiko Itô. Com: Haruka Ayase, Masami Nagasawa, Kaho, Suzu Irose, Ryo Kase, Ryôhei Suzuki, Takafumi Ikeda, Kentarô Sakaguchi.

Três irmãs convidam uma meia-irmã mais jovem, Suzu (Irose) para morar com elas em uma velha residência que pertence a mãe das três, após a morte do pai em comum das quatro.

Kore-eda, distante do rigor de suas melhores obras, ao mesmo tempo que demonstra sensibilidade ao abraçar o universo feminino, transforma-o em palco para lugares-comuns estilísticos algo desconfortáveis, que atingem o seu ápice na patética cena de passeio de bicicleta de Suzu e seu aspirante a namorado, com direito a exacerbada trilha sonora e closes em êxtase da garota, numa tradução um tanto batida do que seria uma epifania da perspectiva dela. Em meio a um roteiro longe de econômico e destituído de conflitos mais bem amarrados (como os de Pais e Filhos) o que poderia ser tomado como uma proposta mais ousada – e próxima do universo de um realizador como Ozu, certamente fonte de inspiração para toda a obra do realizador – transforma-se em algo que peca pelo excessivo sensibilístico em nada muito distante do de qualquer sitcom televisiva (não à toa foi inspirado em um mangá). E por falar em Ozu, o filme é quase uma caricatura em termos da quantidade de situações envolvendo comensalidade entre as irmãs ou delas em um restaurante de uma figura materna para as jovens, menos afetivamente problemática que a relação que mantém com a própria mãe. E também faz evidente referência a questão do casamento para a personagem vivida por Ayase, reconhecidamente inspirada pelo diretor na musa de Ozu, Setsuko Hara. Toho Co./GAGA/Film/Fuji Television Netword/Shogakukan/TV Man Union. 128 minutos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng

Filme do Dia: El Despojo (1960), Antonio Reynoso