Filme do Dia: As Pinturas do Meu Irmão Júlio (1965), Manoel de Oliveira


 

As Pinturas do Meu Irmão Júlio (Portugal, 1965). Direção, Fotografia e Montagem: Manoel de Oliveira. Rot. Original: Manoel de Oliveira & José Régio. Música: Carlos Paredes.

Ao contrário de outra incursão sua que faz referência à pintura (O Pintor e a Cidade) nesse também filme curto,  Oliveira abraça de forma mais ortodoxa às convenções dos documentários sobre arte e, embora possua uma locução over, ao contrário da produção da década anterior, após algum tempo como que se liberta dessa e parece se contentar com o próprio universo pictórico das obras do irmão, passeando com a câmera sobre elas e acompanhado de temas musicais instrumentais ao violão, de viés tradicional. Motivos aparentemente vinculados à noite, boemia, bebida, prostituição, dança e música emergem de seus quadros e o filme pretende evocar, seja o movimento das ondas em um quadro que apresenta um pescador em um barco, seja a dança em meio a boemia. Ou motivos populares outros, como o quadro que escolhe para encerrar o filme, e que apresenta uma rica variedade de tipos exercendo atividades as mais diversas na rua, e ao qual não deixa de apresentar a assinatura e data de feitura do mesmo pelo irmão, entre 1928 e 1932. 16 minutos e 23 segundos.

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