O Dicionário Biográfico de Cinema#55: Lee Remick

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Lee Remick (1935-91), n. Quincy, Massachusetts

Lee Remick teve um bom início no cinema como a saltitante sulista líder de uma banda marcial, avançando em câmera baixa em A Face in the Crowd [Um Rosto na Multidão] (57, Elia Kazan). A despeito da educação bostoniana, foi por diversos anos uma sulista hollywoodiana, sempre preocupada com o calor. Foi interessante ver quão longe destacou-se em papéis de modesta educação formal, mas parecia insípida como as mulheres de Faulkner. Ela nada pôde fazer para superar a concepção confusa de The Long Hot Summer [O Mercador de Almas] (58, Martin Ritt), no qual interpreta Eula Varner, ou o desperdício monstruoso de Sanctuary [Santuário] (61, Tony Richardson), onde assumiu ser Temple Drake.

No entanto, conseguiu uma interpretação altamente sugestiva como a esposa (estuprada?) em Anatomy of a Murder [Anatomia de um Crime] (59, Otto Preminger). Há um momento admirável na corte, quando remexe seus cabelos e inicia seu espetáculo no qual a plateia do júri balança como palha na brisa sensual. No ano seguinte, está muito tocante como a ansiosa garota do Tennessee trazida de volta à vida por Montgomery Clift em Wild River [Rio Violento] (60, Kazan). Esse explorou habilmente a expressão bastante tensa de sua face, sempre que não estava sorrindo muito.

Tal promessa nunca foi apropriadamente conseguida. Uma quantidade de filmes ruins lhe permitiram deslizar rumo à obscuridade: demasiado monótona em Experiment in Terror [Escravas do Medo] (62, Blake Edwards); profundamente patética uma vez mais como a alcóolatra de Days of Wine and Roses [Vício Maldito] (63, Edwards); The Running Man [A Sombra de uma Fraude] (63, Carol Reed); The Wheeler Dealers [Simpático, Rico e Feliz] (63, Arthur Hiller); boa em Baby, The Rain Must Fall [O Gênio do Mal] (65, Robert Mulligan); The Hallelujah Trial [Nas Trilhas da Aventura] (65, John Sturges); então, após ter interpretado uma garota cega na produção da Broadway de Arthur Penn de Wait Until the Dark em 1966, No Way to Treat a Lady [Uma Face para Cada Crime] (68, Jack Smight) e Hard Contract [Sou Pago para Matar] (69, S. Lee Pogostin). Foi para a Inglaterra, mas se sentiu desconfortável com os universos demandados por Iris Murdoch e Joe Orton: A Severed Head [Amantes Infiéis] (70, Dick Clement) e Loot [Escondendo a Grana] (70, Silvio Narizzano); depois disso atuou em Sometimes a Great Notion [Uma Lição Para não Esquecer] (71, Paul Newman); The Blue Knight (73, Robert Butler); e A Delicate Balance [Um Equilíbrio Delicado] (73, Tony Richardson).

Foi um grande sucesso como Jennie Jerome/Churchill para a TV, portadora de vestimentas graciosas o suficiente para sustentar a antiquada reverência da tela pequena por pessoas "reais" em ficções vulgares. Novamente para a TV foi uma demasiada atraente Maria Gostrey em oposição a Paul Scofield em The Ambassadors. No cinema, não foi mais que uma espectadora em Hennessy [O Dia Fatal] (75, Don Sharp) e o registro do horror em The Omen [A Profecia] (76, Richard Donner), perdida em Telefon [O Telefone] (77, Don Siegel) e The Medusa Touch [O Toque da Medusa] (78, Jack Gold). Passou honrosamente como inglesa, contracenando com Robert Duvall, no drama televisivo Ike (79, Melville Shavelson), e apareceu em The Europeans [Os Europeus] (79, James Ivory).

Está em Tribute [Tributo] (80, Bob Clark); fez um tiro certeiro ao ser Margaret Sullavan em Haywire (80, Michael Tuchner); The Competition [A Competição] (80, Joel Oliansky); The Women's Room (80, Glenn Jordan); no papel que fora de Bette Davis no televisivo The Letter [A Carta Acusadora] (82, John Erman); The Gift of Love: A Christmas Story (83, Delbert Mann); A Good Sport (84, Lou Antonio); Rearview Mirror (84, Antonio); Toughlove [O Poder do Amor] (85, Glenn Jordan); Of Pure Blood [De Puro Sangue] (86, Joseph Sargent); The Vision (87, Norman Stone); Jessie (88, Jordan); Bridge to Silence [Ponte do Silêncio] (89, Karen Arthur); e Dark Holiday (89, Antonio).

Texto: Thomson, David. The New Biographical Dictionary of Film. Nova York: Alfred A. Knopf, pp.2202-4.

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