Filme do Dia: A Diversão de Satã (1907), Segundo de Chomón & Ferdinand Zecca



A Diversão de Satã (Le Spectre Rouge, França, 1907). Direção: Segundo de Chomón & Ferdinand Zecca. Rot. Original: Segundo de Chomón.

Colorizado artificialmente, como a maior parte das produções de Chomón da época, esse filme é um verdadeiro cortejo de sucessivos efeitos dos mais diversos. Um demônio (personagem habitual desde Méliès como pretexto para as trucagens e utilizado também por Chomón em outras produções) apresenta seus mais diversos poderes, dentre eles apreender várias mulheres numa garrafa, faze-las desaparecer ou levitar. Se as sobreposições espectrais sobre a imagem soam demasiado toscas aos olhos de mais de um século após, os efeitos de miniaturização como o presente no momento da apresentação das garrafas, em que o demônio inclusive se aproxima da câmera – recurso utilizado praticamente como única forma de se ter uma imagem mais próxima, já que embora planos mais aproximados já se fizessem presentes para destacar algum elemento em cena habitualmente desde o início do século, não faziam parte do repertório de produções como essa. Quando o Espírito do Bem leva a melhor sobre o demônio, transformando-o em mero esqueleto sem vida, curiosamente se acaba a ação, quase como uma involuntária e paradoxal constatação que a arte não pode ser atrelada às boas intenções. Pathé Frères. 9 minutos e 26 segundos. 


 

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