Filme do Dia: Pina (2011), Wim Wenders
Pina (Alemanha/França/Reino Unido, 2011). Direção e Rot. Original: Wim Wenders. Fotografia: Hélène Louvart. Música: Thom. Montagem: Toni Froschhamer. Dir. de arte: Péter Pabst. Figurinos: Rolf Börzik & Marion Cito.
Deslumbramente fotografado e com
locações escolhidas a dedo, esse sensível tributo a arte de Pina Bausch, conta
ainda com uma explêndida seleção musical e depoimentos que se sobrepõem a
imagem muda dos colaboradores da célebre coreógrafa/dançarina. O filme
apresenta uma sucessão de esquetes visuais que buscam uma tentativa de emolução
visual extra-muros de alguns dos números mais célebres de Bausch. Noutros
momentos, a coreografia se desenrola no próprio palco. Tudo parece partir da
consideração de Pina sobre as palavras apenas se referirem as coisas, portanto
se encontrando longe de esgotarem a expressividade humana. E é justamente
através do corpo que muitas de suas colaboradoras se entregaram de corpo e alma
a prática de representar o amor e a solidão, alguns dos temas recorrentes da
criadora. A determinado momento, uma das integrantes afirma que Pina usou a
todos para modelar sua própria alegria e dor ou, pelo contrário, ela seria uma
junção de todos eles. Trabalhando com bailarinos de diferentes gerações, assim
como diferentes nacionalidades (espanhol, japonês, inglês, português
brasileiro, italiano e alemão pelo menos são escutados nos depoimentos), muitos
deles a mais de duas décadas, é frisado o interesse de Bausch pela refração aos
elementos como terra, pedra e água – num de seus números os bailarinos
simplesmente atravessam um palco relativamente encharcado pela “chuva” e jogam
baldes de água sobre uma pedra, reproduzindo um efeito próximo ao das ondas a
se chocar com uma rocha. É recorrente o uso da figura feminina a cair e ser
apoiado por uma figura masculina. Uma das peças ao qual o filme mais se detém é
Café Muller, inclusive evocando em
miniatura o próprio palco e seus participantes miniaturizados, em efeito
inédito em sua precisão. A trilha musical, cosmopolita como os membros da
trupe, inclui Lilies of my Valley, La Prima
Vez, O Let me Weep, For Ever Weep,
Os Meus Olhos, The Here and After, Fat Ass
Joint e O Leãozinho .Produzido
originalmente em 3-D. Neue Road Movies/Eurowide Film Prod./ZDF/ZDF
Theaterkanal/ARTE para NFP Marketing & Distribution. 103 minutos.
Comentários
Postar um comentário