Filme do Dia: Keystone Hotel (1935), Ralph Staub

 


Keystone Hotel (EUA, 1935). Direção: Ralph Staub. Rot. Original: Joe Traub. Fotografia: William Rees. Música: Howard Jackson. Montagem: Frank Magee. Dir. de arte: Esdras Hartley. Com: Ford Sterling, Ben Turpin, Chester Conklin, Marie Prevost, Hank Mann, Vivien Oakland, Dewey Robinson.

Um grupo de importantes figuras da sociedade hospeda-se no Keystone Hotel, capitaneados pelo Conde Drewa Blanc (Turpin), para formarem o júri de um concurso de beleza. Quando o atrapalhado Blanc provoca o primeiro lançamento de uma torta, essas passam a voar e atingir a todos e a tudo. Os tiras são chamados para conter a confusão, e também se tornam vítimas dela.

Embora não fizesse mais que duas décadas que esse elenco estivesse no auge de suas comédias pastelão, e que o gênero tenha se adaptado à década seguinte, o som certamente provocou uma ruptura tão certeira e talvez ainda maior que a pretensa expectativa de vida menor da época. O filme tira partido da sátira do então já célebre Grande Hotel (1932), a partir da primeira cena e por também se situar em um hotel e fazer uso de diversos personagens em similar protagonismo, pretexto para o seu tributo aos estúdios que, aqui, dão nome ao hotel. Há uma forte conotação sexual, aparentemente despercebida pelo noviço Código Hays, quando a máquina de deixar torneada a cintura da personagem vivida por Oakland, que não era parte da trupe original dos filmes de meados da década de 10.  Consegue evocar bem as produções da época menos quando apresenta uma verdadeira batalha de tortas, que quando põe em cena – e com imagem acelerada, para tornar ainda mais próximo – os atrapalhadamente célebres Keystone Cops, cujas estripulias no trânsito são aqui revividas majoritariamente na segurança do estúdio e com uso de projeção ao fundo. Embora existam exceções, como aquela que compartilha dos trilhos do bonde, com esse no encalço. Finda com uma última torta sendo arremessada diretamente ao espectador via câmera, em uma engenhosa ressignificação do uso maciço de situações que quebravam com a regra primordial do cinema clássico de ignorar o aparato cinematográfico. Warner Bros. 15 minutos.

 

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