Filme do Dia: Antes da Meia-Noite (2013), Richard Linklater
Antes da Meia-Noite (Before Midnight, EUA, 2013). Direção:
Richard Linklater. Rot. Original: Richard Linklater, Julie Delpy & Ethan
Hawke. Fotografia: Christos Voudouris. Música: Graham Reynolds. Montagem:
Sandra Adair. Dir. de arte: Anna Georgiadou. Figurinos: Vasileia Rozana. Com:
Ethan Hawke, Julie Delpy, Seamus Davey-Fitzpatrick, Jennifer Prior, Charlotte
Prior, Xenia Kalogeropoulou, Walter Lassaly, Ariane Labed.
Jesse (Hawke) e Celine (Delpy) partem
numa viagem de férias com as filhas para a Grécia. O que era para se tornar uma
espécie de segunda lua-de-mel acaba sendo um infindável corolário de acusações,
sobretudo da parte de Celine, temente que ele a tente convencer a abandonar o
emprego e se mudar para Chicago, por conta da distância que sente do filho com
outra esposa, Henry (Davey-Fitzpatrick).
Tedioso filme que segue dois outros
com os mesmos personagens (e também atores) em momentos diversos de seu
relacionamento. Dado a sequencias intermináveis, com diálogos intermináveis e
situações extremamente banais, mas à guisa de parecerem profundas ou, ao menos,
espirituosas ou engraçadas, o que não são – e nem de longe chegam, nos dois
últimos quesitos, a se aproximarem do que pode ser encontrado nos melhores
filmes de um Woody Allen, ou mesmo nos piores de um Eric Rohmer, para citar dois
cineastas com igual pendor para um centramento relações amorosas através dos
diálogos – no caso do último com pendor menor para o estilo “discutir a
relação”. Clichês comuns a filmes (assim como livros) que lidam com as
diferenças de gêneros pipocam e diálogos, assim como posturas, que bem poderiam
ter saído de alguma farsa teatral sobre o mesmo tema se tornam crescentemente
salientes, culminando em seu semi-conciliatório final, que parece pedir para
que a trilogia se torne tetralogia dentro de mais um punhado de anos. Como em
outra produção recente, também centrada em conflitos afetivo-conjugais, Cópia Fiel (2010), de uma maneira ou de
outra se evoca o filme moderno fundador dessa temática, Viagem à Itália. Porém se Kiarostami ainda nos brindava com certa
bossa pós-moderna, com direito a ambiguidades sobre a “verdade” da própria
narrativa apresentada, aqui sobre apenas o trivial. Sony Pictures
Classics/Detour Filmproduction para Sony Pictures Classics. 109 minutos.
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