Filme do Dia: Lúcio Flávio - O Passageiro da Agonia (1977), Hector Babenco

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Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia (Brasil, 1977). Direção: Hector Babenco. Rot. Adaptado: José Louzeiro, Hector Babenco e Jorge Duran, baseado no livro homônimo de Louzeiro. Música: John Neschling. Fotografia: Lauro Escorel Filho. Montagem: Sylvio Renoldi. Com: Reginaldo Faria, Ana Maria Magalhães, Milton Gonçalves, Paulo César Pereio, Ivan Cândido, Lady Francisco, Stepan Nercessian, Érico Vidal, Grande Othelo, Sérgio Otero, José Dumont.
         Lúcio Flávio (Faria) é um dos criminosos mais procurados do Rio, especializado no assalto a bancos. Depois de mais de 15 prisões seus dias de glória estão ameaçados pela interferência da Polícia Federal nas investigações que deixam cada vez mais evidentes o envolvimento de elementos da polícia com o crime organizado. Janice (Magalhães), fiel companheira e que espera um filho de Lúcio faz planos para viver com ele, enquanto um velho padrinho (Othelo), afirma que ele deve dar uma reviravolta em sua vida senão quiser morrer. Lúcio, porém, afirma que não há mais retorno. Torturado pelo grupo de Bechara (Cândido), ele consegue fugir apenas por conta da influência de seu contato direto com o meio policial, no caso Moretti (Pereio). Moretti passa a vigiar todos os passos da quadrilha de Lúcio, através da amante (Francisco) de um de seus mmbros. Seu último assalto no Rio, fica integralmente nas mãos da Polícia. Cansado de ser ludibriado e de continuar na pobreza após tantos roubos, Lúcio decide abandonar a vida criminal e ir morar com Janice e o seu filho em Belo Horizonte. Lá, no entanto, é contactado por Moretti e por 132 (Gonçalves) que lhe propõe a possibilidade de se entregar à Polícia e conseguir, logo após, um passaporte para o exterior. Lúcio decide, no entanto, fazer um assalto à banco e é preso. Após uma entrevista coletiva em que denuncia todos os policiais que faziam parte do Esquadrão da Morte, é morto no presídio.

         Babenco, em sua melhor fase, utilizando-se de estratégias do cinema clássico americano, realiza um filme policial que, no entanto, pretende ser um desvelamento da corrupção policial no Brasil, através de seu herói-bandido. Tomando partido abertamente de seu protagonista, o cineasta consegue efetivar um amargo retrato dessa faceta da realidade social (trabalho que seria continuado em Pixote), com um nível de virtuosidade narrativa comparável, no cinema de três décadas depois, ao de Cidade de Deus, mesmo que se diferencie desse ao enfatizar “o meio” como sendo o principal instrumento de corrupção de um herói genuinamente bom e leal. Ainda que lidando com a realidade brasileira de forma mais que competente, Babenco não deixa de reproduzir o modelo clássico da sociedade como a principal culpada da “queda” do herói-facínora, tão evidente na idade de ouro do cinema americano (como em Scarface e No Tempo das Diligências). Seu impacto persiste ao tempo, mesmo que o cineasta não resista a um final catártico, no qual o sacrifício do herói não foi em vão, servindo ao menos para desbaratar a podridão de parte do aparato policial. Da mesma forma, mais uma vez como Cidade de Deus, sua eficácia narrativa foi comprovada ao se transformar em uma das maiores bilheterias do cinema nacional. HB Filmes/Embrafilme. 125 minutos.

Comentários

  1. Torturado pelo grupo de Bechara (Cândido), ele consegue fugir apenas por conta da influência de seu contato direto com o meio policial, no caso Moretti (Pereio). Moretti passa a vigiar todos os passos da quadrilha de Lúcio, através da amante (Francisco) de um de seus mmbros. Seu último assalto no Rio, fica integralmente nas mãos da Polícia. Cansado de ser ludibriado e de continuar na pobreza após tantos roubos, Lúcio decide abandonar a vida criminal e ir morar com Janice e o seu filho em Belo Horizonte. Lá, no entanto, é contactado por Moretti e por 132 (Gonçalves) que lhe propõe a possibilidade de se entregar à Polícia e conseguir, logo após, um passaporte para o exterior. Lúcio decide, no entanto, fazer um assalto à banco e é preso. Após uma entrevista coletiva em que denuncia todos os policiais que faziam parte do Esquadrão da Morte, é morto no presídio.

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