Filme do Dia: Azyllo Muito Louco (1970), Nelson Pereira dos Santos
Azyllo Muito Louco (Brasil, 1970).
Direção: Nélson Pereira dos Santos. Rot. Adaptado: Nélson Pereira dos Santos,
baseado no conto O Alienista, de Machado de Assis. Fotografia: Dib
Lutfi. Música: Guilherme Magalhães Vaz. Montagem: Rafael Justo Valverde.
Cenografia e Figurinos: Luiz Carlos Ripper. Com: Nildo Parente, Isabel Ribeiro,
Arduíno Colassanti, Irene Stefânia, Leila Diniz, Nélson Dantas, Manfredo
Colassanti, Gabriel Archanjo, Ana Maria Magalhães.
Na Província de Serafim, século XIX,
Padre Simão Bacamarte (Parente) influencia a mulher mais poderosa da vila, Dona
Evarista (Ribeiro), a construir o
grande asilo de Casa Verde. Aos poucos, com suas teorias psiquiátricas
mirabolantes, praticamente qualquer pessoa da vila pode ser enquadrada como
potencial vítima da fúria científica do padre. A revolta praticada contra o
asilo a fim de libertar todos, liderada por Porfírio (Colassanti), acaba se
agregando ao mesmo. No final, no entanto, todos os asilados são soltos e
decretados sãos e apenas Simão Bacamarte é considerado insano.
Essa livre adaptação do conto de
Machado de Assis, apesar de um começo de fôlego, auxiliado por bom senso
rítmico, deslumbrante fotografia, direção de arte, trabalho de câmera, elenco e
escolha de locações (em Paraty), posteriormente se torna estéril na sua vã
tentativa de se engajar nas obrigatórias metáforas com relação à realidade
política contemporânea brasileira e se tornando grandemente obscuro. Entre os
destaques no elenco a luminosa participação de Isabel Ribeiro e uma das últimas
interpretações no cinema de Leila Diniz. Também vale destacar a trilha sonora
que pretende incentivar um certo incômodo com seus “ruídos musicais” mais que
qualquer tipo de harmonia melódica convencional, assim como certas composições
visuais nitidamente inspiradas na obra de Debret. Enquanto reflexão pessoal a partir de
literatura ficcional ou histórica de outros
períodos, obsessão do cineasta na época, Como Gostoso era o Meu Francês (1971) é bem mais interessante e resolvido, fazendo uso novamente
de boa parte do elenco dessa produção. Difilm/L.C. Barreto Prod.
Cinematográficas/Nélson Pereira dos Santos Prod. Cinematográficas/Produes
Cinematográficas. 100 minutos.
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