Filme do Dia: Joana d'Arc (1954), Roberto Rossellini
Joana d’Arc (Giovanna d’Arco al rogo, Itália, 1954).
Direção: Roberto Rossellini. Rot. Adaptadado: Roberto Rossellini, baseado no
oratório de Paul Claudel. Fotografia: Gábor Pogány. Música: Arthur Honegger.
Montagem: Jolanda Benvenuti. Com: Ingrid Bergman, Tullio Carminati, Giancinto
Prandelli, Augusto Romani, Plinio Clabassi, Saturno Meletti, Agnese Dubbini.
Feliz
adaptação do oratório de Paul Claudel
(que o próprio cineasta produzira e dirigira nos palcos, com Bergman no
papel principal) para às telas, sobre a vida e morte de Joana d’Arc.
Integralmente filmado em estúdio, em completa oposição à filmografia anterior do realizador, utiliza-se
de um austero fundo negro com a reprodução de estrelas e técnicas que seriam
utilizadas extensamente pelo cinema autoral da década seguinte (como o chroma-key), uma bela fotografia e trabalho
de câmera, a música e a interpretação anti-naturalista de Bergman para criar
uma atmosfera propícia a refletir o universo quase abstrato de sentimentos que
vivencia a protagonista. Eventualmente também utiliza-se de inventivos
figurinos – como na seqüência que ridiculariza o julgamento, apresentando os
julgadores como animais –, iluminação e cenografia abertamente teatral, como na
seqüência que ilustra recordações de Joana. Inicia-se e encerra-se com uma
tomada aérea de belo efeito que evoca a liberdade do espírito de Joana após sua
morte e que remete as abstratas composições dos musicais de Busby Berkeley. A
história da mártir já foi contada dezenas de vezes pelo cinema, sendo que três
das mais famosas adaptações foram as dirigidas por Dreyer em 1928, Victor Fleming (adaptada de
peça de Maxwell Anderson, com a própria Bergman, que, outra vez, já havia
vivido anteriormente o mesmo papel nos palcos), em 1948 e O Processo de Joana d’Arc (1962) de Bresson. Cine
Associazione/Franco London Films. 80 minutos.
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