Filme do Dia: A Igualdade é Branca (1994), Krzysztof Kieslowski
A Igualdade é Branca (Trzy Kolory: Bialy,
França/Tchecoslováquia, 1994). Direção: Krzysztof Kieslowski. Rot. Original:
Krzysztof Kieslowski & Krzysztof Piesiewicz. Fotografia: Edward Klosinski.
Música: Zbigniew Preisner. Montagem: Urszula Lesiak. Dir. de arte: Magdalena
Dipont, Halina Dobrowolska & Claude Lenoir. Cenografia: Magdalena Dipont &
Henryk Puchalski. Com: Zbigniew Zamachowski, Julie Delpy, Janusz Gajos, Jerzy
Stuhr, Aleksander Bardini, Grzegorz Warchol, Cezary Harasimowicz.
Karol Karol (Zamachowski) é um cabelereiro premiado
que se encontra em apuros em Paris, após ser abandonado pela esposa, Dominique
(Delpy), que ama perdidamente, mas não consegue manter relações sexuais. Sem
dinheiro e sem ter onde dormir ganha trocados no metrô, fazendo som com um
pente. Um conterrâneo polonês, Mikolaj (Gajos), o acolhe e promete a ele
dinheiro se assassinar um homem que decidiu morrer, mas não tem coragem de se
suicidar. Karol nega, mas tem a idéia de embarcar como uma das malas de
Mikolaj, quando esse retorna à Polônia. Sua mala é roubada no aeroporto e ele é
espancado pela gangue. Tenta voltar ao ofício de cabelereiro, mas sonha com bem
mais e se aproxima de uma máfia local. Após algumas transações bem sucedidas se
transforma em um rico e respeitado homem de negócios e torna Mikolaj seu sócio.
Porém seu fervor por Dominique faz com que simule sua própria morte e a deixe
como herdeira. Não deixa de se encontrar secretamente com ela e finalmente a
possuí-la. Na manhã seguinte, no entanto, o aparente presente se transforma na
prisão de Dominique, como culpada por sua morte. Karol a visita e se emociona
na prisão.
Segundo filme da trilogia das três
cores que foi o arremate final na carreira do cineasta. Talvez por ser o menos
pretensioso e o mais bem humorado dos três acabe se tornando também o mais
interessante. Para tanto se deve a soberba interpretação de Zamachowski e
trilha musical de Preisner e o seu comentário ascético, mas nunca despido de
vida, da proximidade que envolve as relações de amor e ódio, assim como seu
humor negro, tipicamente polonês que, ao contrário de Polanski, nunca descamba
para o cinismo. Seu visual, com destaque
para um trabalho de câmera primoroso, evidencia a crescente estilização de
Kieslowski, que realizou produções bem mais despojadas em sua carreira
polonesa. Faz referência, a certo momento, ao Desprezo de Godard. Urso
de Prata no Festival de Berlim. CAB Productions/France 3 Cinéma/Le
Studio Canal +/MK2 Productions/Tor Production.
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