Filme do Dia: Daens - Um Grito de Justiça (1992), Stijn Coninx

Resultado de imagem

Daens - Um Grito de Justiça (Daens, Bélgica/França/Holanda, 1992). Direção: Stijn Coninx. Rot. Adaptado: François Chevalier & Stijn Coninx, baseado no romance Pieter Daens de Louis Paul Boon. Fotografia: Walther van den Ende. Música: Dirk Brossé. Montagem: Ludo Troch. Dir. de arte: Hubert Pouille & Allan Starski. Figurinos: Yan Tax. Com: Jan Decleir, Gérard Desarthe, Antje de Boeck, Michael Pas, Johan Leysen, Jappe Claes, Idwig Stephane, Karel Baetens.
      O padre Daens (Declair) torna-se, em pouco tempo, uma liderança política em meio ao proletariado belga do final do século XIX. Defendendo melhores condições para a classe trabalhadora e mesmo com uma tentativa de fraude, Daens torna-se prefeito do vilarejo industrial. Porém, a classe empresarial, incomodada com sua atuação, que apóia uma grande greve, pressiona o Vaticano para que ele interrompa sua carreira como padre. Uma das mais ardorosas seguidoras de Daens, a jovem operária Nette (de Boeck), ainda ignorante a respeito da situação, ao ameaçar seu chefe de seção na fábrica é estuprada. Após seguidas vezes ser marcada audiência com o Papa e essa não se concretizar, Daens é obrigado ao silêncio. Uma revolta explode na sua cidade ao retornar, por conta da morte de uma criança na linha de produção. A repressão logo se faz sentir.

         Esse bem intencionado drama, baseado em um romance, por sua vez baseado em fatos reais, é uma produção sem brilho ou originalidade particulares. Seu estilo lembra, guardada as devidas proporções, o do “cinema de qualidade” tão criticado pela geração da Nouvelle Vague na França da década de 1950: uma boa produção e uma pesada influência da literatura. Na sua descrição de aspectos da Revolução Industrial na Bélgica, segundo país a vivenciá-la no mundo, também pretende particularizar seu efeito na vida de uma família proletária com “nome” e conflitos que acompanhamos com certa proximidade. Inclusive, acentuando dentro desse quadro um subenredo mal desenvolvido e típico, de uma história de amor com Nette, infelizmente menos bem retratada que certos aspectos históricos, já que notadamente guiada por valores do drama burguês e romântico que próximo da realidade bem menos roséa também do mundo afetivo das classes populares. Para piorar ainda mais, o filme se ressente dos momentos de um certo involuntarismo patético por parte do ator que vivencia o protagonista e de uma excessiva metragem. Favourite Films/Films Dérives. 138 minutos.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng

A Thousand Days for Mokhtar