Filme do Dia: A Festa de Margarette (2002), Renato Falcão
A Festa de Margarette (Brasil, 2002).
Direção, Rot. Original, Fotografia e
Montagem: Renato Falcão. Música: Hique Gomez. Dir. de arte: Rodrigo Lopez.
Cenografia: Rafael Baldi. Figurinos: Viviane Gil. Com: Hique Gomez, Carmem
Silva, Isis Medeiros, Pedro Gil, Artur Pinto, Dimitri Sanchez, Leonardo
Lentino, Ilana Kaplan.
Pedro (Gomez) sonha em dar uma
festa de luxo para sua esposa Margarette (Silva), porém a realidade de
trabalhador explorado que vivencia apenas se agrava quando é demitido do
emprego. Consegue uma grande fortuna em dinheiro e realiza todas as
extravagâncias que um novo rico se permite, acompanhado de sua família e da
família com quem dividem a casa. Porém, se a vida de magnata que levara por
poucos dias demonstra não ser mais que um sonho, em meio a festa da esposa, a
conta astronômica na venda local não o é.
Esse tolo exercício de tentar
se utilizar de elementos da linguagem do cinema mudo (fotografia em p&b,
ausência de diálogos, movimentos em rotação alterada), assim como de uma
narrativa que possui elementos comuns de humor, drama e sentimentalismo com os
filmes da época, demonstra ser grandemente improdutiva. A pior falha é a
ausência de uma postura criativa diante do material a que visivelmente pretende
prestar tributo, afastando-se assim de tentativas mais bem sucedidas de filmes
sem diálogos, como A Última Loucura de Mel Brooks (1976) de Mel Brooks ou, na década
seguinte, O Ilusionista e O
Homem da Linha de Jos Stelling. Aqui, ao contrário, mesmo que possua
algumas sequências que consigam despertar uma certa graça, como a do café da
manhã em família, a continuidade da artimanha de reprodução do universo
estilístico do filme mudo e, talvez ainda pior,
associada com situações completamente saturadas de referências cômicas
de uma cinematografia distante dos dias de hoje em seu conteúdo, resulta tão
extenuante e estéril quanto a necessidade de afirmação de uma cinefilia
superficial, presente já no título, que alude ao famoso A Festa de Babette.
A trilha sonora instrumental, mesmo incluindo entre clássicos ritmos recentes,
não chega a acrescentar nada que fuja da falta de originalidade que caracteriza
o filme. Filmik. 90 minutos.
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