The Film Handbook#115: Peter Bogdanovich
Peter Bogdanovich
Nascimento: 30/07/1939, Kingston, Nova York
Carreira (como diretor): 1967-
Em seu entusiasmo pelo cinema clássico americano, Peter Bogdanovich foi um dos primeiros jovens diretores cinéfilos a tomarem Hollywood de forma visceral nos anos 70. Ele difere de seus sucessores, no entanto, tanto em sua falta de interesse em técnicas extravagantes, assim como na sua crescente inabilidade em conquistar um grande público.
Filho de um pintor iuguslavo, o interesse inicial de Bogdanovich pelo cinema e pelo teatro o levou a carreira de ator, diretor de teatro off-Broadway e crítico de cinema. Tendo escrito livros sobre Welles, Hawks, Hitchcock, Lang, Ford e Dwan, passou então a trabalhar para Corman na American International Pictures. Uma chance para dirigir surgiu quando Corman ofereceu Boris Karloff, um cronograma de filmagem de duas semanas e película proveniente de seu filme Sombras do Terror/The Terror. O resultado, Na Mira da Morte/Targets>1 foi um filme de ação tenso e inventivo no qual um jovem tipicamente asséptico de classe média se transforma em um atirador psicopata; o contraste entre o horror real e sua contrapartida cinematográfica claramente encarnada quando Karloff, virtualmente representando a si mesmo, confronta o rapaz em seu clímax, um massacre realizado em um cinema drive-in que exibe seus filmes.
Filmado em cores melancolicamente monocromáticas, o primeiro grande sucesso de Bogdanovich, A Última Sessão de Cinema/The Last Picture Show>2 também usou o cinema em termos simbólicos, com o fechamento de uma sala de cinema elegíacamente significando a transição final da inocência de. uma claustrofóbica cidadezinha texana nos anos 50. Além de permitir que Bogdanovich extraísse performances vibrantes tanto de veteranos quanto de jovens desconhecidos. O filme foi um comovente tributo aos admiradores de Hawks e Ford, como foi a sua travessa comédia maluca Essa Pequena é uma Parada/What's Up, Doc? e o ambiente da Grande Depressão de Lua de Papel/Paper Moon>3 (o vendedor de bíblias vigarista de Ryan O'Neal encontrando sua luz na esperta órfã vivida por sua filha Tatum. Futuros tributos, no entanto,como em Amor, Eterno Amor/At Long Last Love, um musical de Cole Porter no qual nenhum dos atores sabia cantar ou dançar, e No Mundo do Cinema/Nickelodeon uma apaixonada mas irregular saudação cômica aos pioneiros de Hollywood, demonstraram ser de uma auto-indulgência extravagante.
O fracasso de crítica e de público desses filmes garantiu uma substancial reavaliação e redução no orçamento. Infelizmente, apesar das excelentes interpretações de Ben Gazarra nem Saint Jack - baseado em um romance de Paul Theroux sobre intrigas sórdidas e mortais em Cingapura - nem a comédia romântica no estilo de Lubitsch Muito Riso e Muita Alegria/They All Laughed foram bem sucedidos nas bilheterias. Máscaras do Destino/Mask, entretanto, foi um sucesso, em grande parte por conta de sua história da luta de um adolescente contra uma doença degenerativa e deformante, transbordante de fácil e asfixiante sentimentalismo.
O declínio de Bogdanovich em meados dos anos 70 derivou, talvez, de sua incapacidade de evitar as armadilhas do sucesso repentino; certamente um romance com Cybill Shepherd o levou a escala-la equivocadamente em dois de seus piores filmes. No seu melhor, com orçamento reduzido e um roteiro forte, ele faria bem em se lembrar das lições dos anos iniciais.
Cronologia
Os exemplos das homenagens iniciais de Bogdanovich a mestres como Hawks, Ford e Hitchcock assegurou o caminho para os "fedelhos do cinema" posteriores, tais como Spielberg, De Palma, Scorsese e Carpenter.
Leituras Futuras
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Destaques
1. Na Mira da Morte, EUA, 1967 c/Boris Karloff, Tim O'Kelly, Bogdanovich
2. A Última Sessão de Cinema, EUA, 1971 c/Jeff Bridges, Timothy Bottons, Ben Johnson
3. Lua de Papel, EUA, 1973 c/Ryan O'Neal, Tatum O'Neal, Madeleine Kahn
4. Marcas do Destino, EUA, 1985 c/Cher, Eric Stoltz, Sam Elliott
Texto: Andrew, Geoff. The Film Handbook. Londres: Longman, 1989, pp. 29-30.
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