Filme do Dia: Toni (1935), Jean Renoir
Toni (Toni, França, 1935).
Direção: Jean Renoir. Rot. Original: Carl Einstein, J.
Lebert & Jean Renoir. Fotografia: Claude Renoir. Música: Paul Bozzi. Montagem: Marguerite
Renoir&Suzanne de Troeye. Com: Charles Blavette, Celia Montalván, Jenny
Hélia, Max Dalban, André Kovachevitch, Edouard Delmont, Andrex, Paul Bozzi.
O
errante imigrante italiano Toni (Blavette) chega a um pequeno povoado francês
que parece ser a esperança de um futuro melhor, onde passa a trabalhar numa
pedreira. Torna-se amante da possessiva Marie (Hélia), porém sente-se
grandemente atraído é pela espanhola Josefa (Montalván) que, no entanto,
casa-se com o capataz Albert (Dalban), que aos poucos se apossa de todos os
negócios do tio de Josefa. Os dois casais casam-se no mesmo dia. Marie, cansada
com o interesse renitente de Toni por Josefa, tenta o suicídio e posteriormente
rompe o relacionamento. Toni passa a morar numa colina. Gaby (Andrex), primo de
Josefa, confidencia que irá fugir com a mesma, que não suporta mais os maus
tratos que ela e o filho recebem de Albert. Toni afirma que ele é que deverá
fugir com Josefa. Ao se dirigirem para a casa de Josefa, são testemunhas do
assassinato do marido pela esposa. Gaby concorda que Josefa deve fugir com Toni
e não com ele e abandona o local. Josefa e Toni planejam simular o suicídio de
Albert e posteriormente fugir, mas o plano é frustado por um guarda que flagra
Toni com o corpo de Albert e acredita ser ele o assassino. Toni não o desmente
e, enquanto Josefa procura corrigir a injustiça, ele tenta fugir e é morto.
Com a maestria que lhe é habitual, Renoir conta essa
história de amour fou, com toques de
ousadia impensáveis para a produção corrente habitual da época, com relação a
sexualidade e a emancipação feminina. Da mesma forma que seu Boudu, três anos antes, onde o
miserável encontrava-se distante de sua abordagem cristã ou burguesa
tradicional, a figura feminina da espanhola Josefa também é tratada sob um
ponto de vista pouco usual para a moral de então. Ao lado de Jean Vigo, Renoir
é considerado como o cineasta de maior talento dessa época, possuindo um tom
igualmente libertário. A seqüência final, quando novos imigrantes italianos
chegam e o amigo de Toni relembra como o mesmo chegara com igual ímpeto
poucos anos antes provavelmente influenciou Visconti, que por sinal foi
assistente de Renoir, em filmes como Rocco e Seus Irmãos (1960). Les Films Marcel Pagnol. 81 minutos.
Comentários
Postar um comentário