Filme do Dia: La Storia Siammo Noi: Il Suicidio di Luigi Tenco (2006), Giovanni Minoli
La Storia Siammo Noi: Il Suicidio di Luigi Tenco (Itália, 2006).
Direção: Giovanni Minoli.
Documentário produzido pela TV italiana a
respeito do cantor Luigi Tenco (1938-1967), tragicamente desaparecido em meio
ao Festival de San Remo de 1967, aparentemente após ter se suicidado com um
tiro, seguindo-se a sua desclassificação com a música de protesto político Ciao Amore Ciao. Não se detém
propriamente sob as circunstância de sua morte ou sobre o novo veredito confirmado de suicídio então
recente (2005), mas sobre vários aspectos, que incluem sua morte, dentre eles a
sua vinculação a chamada “escola genovesa” de cantores que inclui Gino Paoli,
Fabrizio de Andre e Renzo Arbore, amigo íntimo do cantor e depoente. A maior
parte das imagens e entrevistas são apropriações de material original que
inclui fotografias, programas de TV, o filme que Tenco participou, dirigido por
Luciano Salce (La Cuccagna, de 1962), que havia dirigido no Brasil em meados da
década anterior Floradas na Serra,
imagens jornalísticas do Festival de San Remo, assim como documentários
produzidos que envolvem o cantor – um deles sobre Dalida, a cantora a qual
Tenco estava romanticamente envolvido quando de sua morte. Sua música, talvez
tendo em vista já ter sido bastante disseminada na Itália, ganha uma
participação relativamente tímida, mesmo que (quase) todos os seus clássicos se
encontrem presentes em trechos: Mi Sono
Innamorato di Te; Lontano, Lontano,
Io Sono Uno, E Se Ci Diranno, Ognuno è
Libero, etc. Talvez uma das coisas que mais chame a atenção, principalmente
para o espectador não italiano, seja um certo conflito entre a imagem do que
seria um documentário de propósito semelhante padrão e a imagem extremamente
carregada e excessiva do estúdio de TV repleto de telas que o conforma. No
curto período entre 64 e 67, como destaca o documentário, Tenco deixa sua marca
mais indelével e profícua no cancioneiro italiano. Existem breves comentários
sobre a beleza da poesia de suas canções, assim como a influência do jazz, das
canções de Gershwin e o seu não desprezo pelo rock. No comentário final de
Arnaldo Bagnasco, Tenco foi vítima de um sistema, sendo que sua reação o
transformaria inelutavelmente em um mito. RAI. 54 minutos.
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