Filme do Dia: De Dois Homens e uma Guerra (2005), Robert Drew
De Dois Homens
e uma Guerra (From Two Men and a War, EUA, 2005). Direção: Robert Drew.
Comovente
relato da experiência pessoal do cineasta durante a Segunda Guerra Mundial na
Itália. Com seu avião abatido, o jovem de 19 anos procura se desvencilhar da
morte seja pelo fogo aliado, seja pelas tropas alemãs em terra. Sua trajetória
é cruzada com a do então célebre correspondente de guerra Ernie Pyle, que chega
a escrever uma coluna na qual cita Drew, e que será uma importante fonte de
informação e esperança para a família do piloto desaparecido. Posteriormente,
Pyle será morto em atividade numa ilha do Pacífico. Mesmo utilizando recursos
do documentarismo mais trivial, como as entrevistas de ex-combatentes e da irmã
do cineasta, o filme se apóia basicamente em imagens de arquivo comentadas pela
pausada e serena voz off do próprio Drew. Quando as imagens não dão
conta do relato pessoal, como na acolhida e riscos sofridos na sua tentativa de
voltar ao exército, opta-se pela reconstituição dramatizada dos eventos de
maneira mais simples possível e sem diálogos. Embora muito do que seja narrado
sejam crônicas de como alguns dos eventos ressoavam na sensível percepção de
Ernie Pyle, sobre esse pesa um inconveniente de ser referido de forma um tanto
quanto vaga para se justificar o título. De todo modo, Drew vai enfatizar quão
fundamental foi à influência do repórter de guerra (figura paterna que assumirá
a própria dimensão do pai, também morto em conflito) para sua futura e
brilhante carreira como um dos documentaristas que mais influenciaram o cinema
e a televisão, com filmes que ficaram associados ao movimento chamado Cinema
Direto, de cujos princípios o cineasta se afasta nessa produção em questão.
Filmado em vídeo. 62 minutos.
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