Filme do Dia: The Way of Peace (1947), Frank Tashlin





The Way of Peace (EUA, 1947). Direção e Rot. Original: Frank Tashlin. Fotografia: Wah Chang. Música: Edison von Ottenfield. Montagem: Stuart O’Brien. Dir. de arte: Blading Sloan.

Deus criou todas as maravilhas da natureza, sendo a mais perfeita o Homem. A paz no entanto, logo foi rompida, pelo próprio Homem. O Homem construiu muros altos da ganância e intolerância. Cerca de 2000 anos atrás, nasce Jesus. Nos tempos da Era Atômica, o homem é capaz de destruir tudo o que foi criado por Deus.
Nesse curta de animação com bonecos em stop motion, Tashlin segue uma proposta bastante distinta das anárquicas animações que dirigiu para a série Looney Tunes ou ainda as comédias de ação ao vivo com Jayne Mansfield da década seguinte. Portanto, não se trata apenas de se fazer uso de outra técnica, mas de toda uma concepção sério-dramática que se expressa na narração over na voz de Lew Ayres, assim como consultoria de um reverendo. Existe, inclusive, a inserção de imagens de ação ao vivo na descrição das maravilhas da natureza criadas por Deus. Elaborado em pleno auge da Guerra Fria e da tensão de uma hecatombe nuclear iminente em escala global do que havia ocorrido em Hiroxima e Nagasaki apenas dois anos antes, é um aborrecido libelo pacifista que, como todo libelo, move-se no campo da abstração mais que de situações históricas concretas. E do Cristo na cruz se dá um pulo gigantesco ao Nazismo como passaporte para a era atômica, obviamente se deixando de lado os ataques a Hiroxima e Nagasaki. Tampouco em termos técnicos se trata de algo digno de nota, com a movimentação dos bonecos se dando de forma demasiada pouco natural e as cenas de destruição atômica bastante canhestras.   Destaque para a dimensão grandemente fálica que acompanha boa parte das imagens com o míssil atômico. National Film Registry em 2014. Christian Films/East West Studios/Fundation Films Corp. para Wartburg Press. 18 minutos e 7 segundos.

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