Filme do Dia: Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão (1982), Woody Allen
Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão
(A Midsummer Night´s Sex Comedy, EUA,
1982). Direção e Rot. Original: Woody Allen. Fotografia: Gordon Willis.
Montagem: Susan E. Morse. Dir. de arte: Mel Bourne. Figurinos: Santo Loquasto. Com: Woody Allen, Mia Farrow, José Ferrer, Julie Hagart, Tony Roberts,
Mary Steenburgen.
No início do século XX, Andrew Hobbes
(Allen) canaliza toda sua energia para inventos excêntricos, inclusive uma
máquina que pretende averiguar a existência de espíritos, já que sua vida
sexual com a esposa Adrian (Steenburgen) é grandemente insatisfatória. Um final
de semana com alguns convidados provoca um rebuliço na vida do casal e dos
casais convidados: o médico conquistador Maxwell Jordan (Roberts) e a
enfermeira Dulcy (Hagart) e o primo da esposa de Adrian, o filósofo Leopold
(Ferrer) e Ariel Weynmouth (Farrow). Ariel não só já tivera proximidade de
Andrew para lhe provocar uma paixão platônica como, ao mesmo tempo, desperta o
interesse de Maxwell, que chega a tentar o suicídio quando se vê renegado. Com
casamento marcado com Leopold, para o dia seguinte, Ariel marca um encontro à
noite, tanto com Maxwell como com Adrian. Leopold percebe que a noiva não se
encontra no quarto e vai ao bosque, atirando, sem maior gravidade, em Maxwell.
Ao retornar, sucumbe aos encantos da enfermeira Dulcy e falece no momento do
clímax. Seu espírito explode a máquina criada por Andrew e ruma para a
floresta.
Após o fracasso
comercial de Memórias, o cineasta
resolveu experimentar em áreas que ainda não havia se arriscado, como a comédia
de costumes histórica. Trata-se também de seu primeiro filme junto à atriz que
seria sua principal colaboradora nos dez anos seguintes: Mia Farrow. Mesmo que
longe de conseguir a mesma graça de retratar a ciranda de amor de Sorrisos de uma Noite de Amor (1955) de
Bergman, a quem presta tributo e que,
por sua vez, é inspirado em Sonhos de uma
Noite de Verão, de Shakespeare, consegue ir além das pedantes comédias de
costumes do estilo de James Ivory. Muito da bela atmosfera pastoral que Allen
pretende com o filme deve-se a fotografia, bela e pictórica mas longe da
exuberância, de Willis e a trilha sonora que utiliza composições de
Mendelssohn. Roberts, que geralmente se contrapõe aos personagens vividos pelo
cineasta, como um tipo mundano e conquistador, e aparece em quase todos os
filmes do cineasta da década anterior, mais uma vez participa do elenco. No
lúdico e, ao mesmo tempo irônico final, o filosófo materialista Leopold, que
era cético com relação a qualquer manifestação paranormal, como espíritos, transforma-se
em um deles. Orion. 88 minutos.
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