Nu, Campden Hill, Londres, 1949


Pontos Focais:
1) Canto do Quarto: Brandt posicionou a câmera no canto oposto do quarto para incluir o máximo possível do recinto na fotografia. A câmera sintetizou o espaço visível em uma só imagem compacta. Isso fez com que ela ficasse distorcida, resultando em uma incongruente inversão de dimensões.

2) Luminária: Brandt tirou a fotografia durante o crepúsculo, certificando-se de que não houvesse luz no quarto ao usar fontes de iluminação suaves, como a luminária ao fundo. Ele enfatizou as áreas escuras e sombreadas da imagem durante o processo de impressão. A escuridão empresta um ar sinistro à fotografia.

3) Modelo: Brandt utilizou a técnica do claro-escuro para acrescentar uma impressão de profundidade à fotografia. A mulher nua surge em primeiro plano, assomando em meio à escuridão e dominando o interior do quarto. A luz que brilha ao fundo delimita as formas da modelo.

4) A Cama: Brandt usou uma câmera Kodak de 1931 de segunda mão para tirar a fotografia. Ela não possuía obturador e sua lente grande-angular focalizava desde onde estava posicionada até o infinito, focando-se, neste caso, na cama desfeita. A presença da cama no quarto ressalta a natureza onírica da imagem.

Texto: Tudo Sobre Fotografia. Rio: Sextante, 2012. pp. 363.

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